Parto induzido: quando realizar esse procedimento?

A indução do parto pode ser provocada quando bebê já passou do tempo de nascer, após a 41 semanas da gestação

O parto induzido é feito após 41 semanas de gestação, a fim de evitar riscos para o bebê.


Apesar de a maior parte das mulheres grávidas preocuparem-se mais com o parto prematuro, a gestação prolongada também requer cuidados. Segundo o protocolo de obstetrícia brasileiro, uma gestação normal dura, no máximo, 41 semanas. Após esse período, manter a gravidez pode trazer riscos para mãe e bebê e por isso os médicos optam pelo chamado parto induzido.

Em tese, deve-se adotar o procedimento quando uma mulher está com mais de 41 semanas de gestação e não apresenta nenhuma doença. É possível antecipar o nascimento dos bebês através do parto induzido mesmo antes das 41 semanas de gestação, quando há risco para a mãe ou o bebê, ou quando a bolsa estourou mas a mulher não entrou em trabalho e parto.

Na prática, porém,  é mais utilizada a  cesariana do que o parto induzido nestes casos. Quando a gestante apresenta pressão alta (pré-eclampsia) ou algum outro problema grave de saúde, caberá sempre ao médico avaliar os riscos e decidir se o parto induzido é a melhor solução.

"A chance de obter sucesso é mais restrita quando a saúde da criança já está comprometida dentro do útero, em função das complicações da mãe. O bebê se torna menos resistente a um trabalho de parto e, por isso, aqui no Brasil, na maioria destes casos, opta-se por cesariana em vez de parto induzido", esclarece o obstetra e ginecologista Marino Pravatto Júnior.

Como é realizado o procedimento?

A indução ao parto, ou parto induzido, é assim chamada por ser um procedimento que usa medicamentos para provocar contrações na mulher. A medicação mais efetiva, e que é presente no organismo da mulher quando ela entra em trabalho de parto espontaneamente, é a prostaglandina.

“Hoje já existe prostaglandina em forma de medicamento, para ser usada quando o colo de útero não está com dilação. Essa substância, em forma de comprimido, é colocada na vagina da mulher e vai desencadear clinicamente o trabalho de parto", explica o ginecologista e obstetra Marino Pravatto Júnior.

Gestação pós-termo: um risco para mãe e bebê

Estima-se que no Brasil de 2% a 5% das mulheres grávidas necessitem recorrer ao parto induzido. Embora não se saiba as razões precisas pela quais uma mulher ultrapasse as 41 semanas de gestação, estudos observam nestas mulheres a escassez do hormônio ocitocina, responsável por promover as contrações uterinas.

Sem o hormônio, não há contração e nem a dilatação suficiente para o bebê nascer. Caso o parto for adiado por mais uma semana além das 41, a gravidez precisa ser acompanhada diariamente pelo médico.

Acima de 42 semanas o caso passa a ficar complicado e os maiores riscos são para o bebê, podendo acontecer morte fetal graças à diminuição e envelhecimento do líquido da placenta, que passa a fornecer menos oxigênio ao feto. 

“Também podem acontecer outros problemas graves, como o bebê aspirar as próprias fezes, ter paradas cardíacas e, se sobreviver, ter sequelas”, alerta o Dr. Pravatto Júnior. Para acompanhar as datas e saber precisamente o tempo de gestação, é preciso fazer exames de ultrassonografia precoce, até 12 semanas de gestação. 

A partir deste exame, normalmente, já é calculada a data da 40ª semana, quando, então, a grávida passa a contar com as contrações a qualquer momento. Caso as contrações não venham, os médicos passam a avaliar a necessidade do parto induzido.

Copyright foto: iStock

Veja também
Este documento, intitulado 'Parto induzido: quando realizar esse procedimento?', está disponível sob a licença Creative Commons. Você pode copiar e/ou modificar o conteúdo desta página com base nas condições estipuladas pela licença. Não se esqueça de creditar o A revista da mulher (www.arevistadamulher.com.br) ao utilizar este artigo.