Diabetes gestacional: saiba os riscos e como controlar a doença durante a gravidez

O aumento da taxa de glicose durante a gravidez pode trazer má-formação ao feto, se não for controlada

Grávidas precisam testar glicose para controlar a diabetes gestacional.


Doença silenciosa e que pode levar ao parto prematuro ou até mesmo causar má-formação congênita, a diabetes gestacional acomete entre 3 a 7% das gestantes no Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. A principal característica da patologia é o aumento do índice glicêmico do sangue.
 
Por definição, diabetes gestacional é o nível de intolerância a carboidrato, resultando em hiperglicemia de gravidade variável, com início ou diagnóstico durante a gravidez. As causas são explicadas pela elevação de
hormônios contrarreguladores da insulina, relacionada ao estresse fisiológico inerente à gravidez e a fatores predeterminantes (genéticos ou ambientais).
 
“A taxa de glicose do sangue acima dos níveis considerados normais (200 mg/dl) atinge principalmente as mulheres com quadro de obesidade, que começam a comer mais durante a gravidez. Com um ganho de peso muito grande, o pâncreas fica sobrecarregado e não dá conta de realizar suas funções”, alerta o ginecologista e obstetra Marino Pravatto Júnior.
 

Dieta para evitar alta da glicose

A chamada diabete gestacional acontece durante a gestação, ou seja, não é assim chamada para os casos de mulheres já diabéticas que engravidam e sim quando a doença se declara durante a gestação.
 
“A gravidez por si só já causa alterações no corpo da mulher. A glicose pode dar um salto principalmente por causa do aumento do consumo de açúcar. Basicamente é o sobrepeso que traz a diabetes gestacional”, orienta o obstetra.
 
Segundo o médico, a maioria dos casos de diabetes gestacional é controlada com dieta, por isso que é importante as grávidas seguirem um rígido controle de ingestão de açúcar. Já em outros casos, será preciso entrar com com aplicações de doses de insulina para o controle glicêmico. Principalmente quando a diabetes gestacional advém de desequilíbrio hormonal.
 
Segundo estudos clínicos, a produção de alguns hormônios, afetada durante a gestação, está relacionada com a resistência à insulina e consequente aumento de glicose das gestantes. O hormônio lactogênico placentário, o cortisol, o estrógeno e a prolactina podem estar envolvidos nas causas da hiperglicemia.

Riscos da diabates gestacional

A diabetes gestacional, quando não tratada, aumenta o risco de má-formação fetal. Especialmente entre a 8ª e a 12ª semanas de gravidez, os níveis de açúcar muito altos e sem controle acabam sendo uma das causas frequentes de problemas relacionados ao desenvolvimento fetal.
 
Há também risco elevado de pré-eclâmpsia nessas pacientes, grávidas e com quadro de glicose alta, que pode levar ao parto antes do tempo. “Uma vez que a mulher engravida, logo no início do pré-natal, o controle da glicemia é fundamental. Há testes para serem feitos, como o chamado teste de tolerância simplificado à glicose e o de curva glicêmica”, explica o obstetra Pravatto Júnior.
 
A partir do resultado destes exames, caberá ao médico que acompanha a gestante orientar sobre as medidas de controle e prevenção. Seja através de dieta ou de entrada de medicamentos e até alguns exercícios físicos durante a gravidez, a doença pode ser controlada sem prejudicar mãe e bebê.
 
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