Sopro no coração: um alerta de que algo não vai bem
Sopro no coração pode decorrer de doenças congênitas, mal funcionamento de válvulas do coração ou até mesmo de simples febre
O sopro no coração, embora não seja uma doença, pode ser um alerta do corpo de que o coração não vai bem. De acordo com Marisa Amato, cardiologista do Amato Instituto de Medicina Avançada, o sopro é caracterizado por um ruído diferente do habitual, o que significa que o sangue está passando por um orifício menor do que deveria. “O ruído pode ser auscultado (ouvido) durante um exame físico”, explica a médica.
As causas para o surgimento do sopro no coração podem ser desde as mais simples, chamadas de fisiológicas (sopro inocente) e que desaparecem com o tempo, ou podem decorrer de doenças congênitas e lesões valvares.
No caso das causas congênitas, o sopro no coração costuma ser identificado logo que a criança nasce. Os problema está relacionadas ao mal funcionamento de uma das quatro valvas - ou válvulas - do coração.
Um outro exemplo de causa do sopro no coração é a doença reumática, uma sequela de infecção de garganta capaz de causar outras inflamações. Especialmente no coração, vasos sanguíneos e articulações.
Sopro no coração em crianças
Segundo a Dra. Marisa, é chamado de sopro inocente quando o sopro no coração é ocasionado por febres, anemia, hipotireoidismo, gravidez e exercício físico, mas estes casos não são considerados graves e podem ser tratados corrigindo-se a causa da aceleração do sangue.
Nas crianças, o sopro pode ocorrer durante o seu crescimento, quando há a mudança de conformação do tórax. Neste caso, o sopro no coração pode permanecer a vida inteira, sem nenhuma manifestação significativa.
Entretanto, crianças que nascem com doenças congênitas e com sopro, na maioria dos casos, precisam de correção cirúrgica ainda no hospital ou maternidade em que nasceram.
De acordo com a especialista, existe ainda o sopro no coração causado por traumas, que podem levar a lesão das valvas cardíacas e a doenças degenerativas. Um infarto ou a própria degeneração do sistema cardíaco por envelhecimento são alguns exemplos.
Diagnóstico e tratamento
Os sopros fisiológicos são assintomáticos. Porém, sopros decorrentes de doenças podem apresentar sintomas, o que vai depender da causa da doença, gravidade, tempo de evolução e do fato de ser aguda ou crônica. No caso de uma lesão traumática aguda, os sintomas são graves, como arritmias, e síncopes, podendo levar, inclusive, à morte súbita.
Nas doenças congênitas, o sopro pode ser assintomático e dispensar a necessidade de tratamento ou apresentar sintomas tais como a arritmia cardíaca. Em casos mais sérios, explica a especialista, pode ser necessária a intervenção cirúrgica imediata.
O diagnóstico, explica a Dra. Marisa, dependerá da história clínica do paciente, exame físico e pelas próprias características do sopro. O eletrocardiograma colabora para confirmar algumas alterações e o exame de ecodoplercardiograma colorido auxilia para confirmar o achado auscultatório.
Em relação ao tratamento, a especialista explica que, caso se trate de sopros consequentes a algum defeito valvar ou congênito, além da correção cirúrgica, também existem medicamentos para diminuir os sintomas, as alterações secundárias e postergar o momento da cirurgia.
“O momento adequado para a correção cirúrgica varia conforme cada caso”, finaliza a cardiologista. O recomendado é sempre procurar um médico especialista em cardiologia.
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