Descubra quais são as causas e os sintomas da fissura anal
Dor ao evacuar é o principal sintoma dessa doença que é causada por traumas causados por fezes endurecidas, diarreias, sexo anal, entre outros
Dor intensa ao evacuar pode ser sintoma de uma doença comum: a fissura anal. Benigna, a patologia é caracterizada por um corte linear ou oval no canal anal, apresentando-se como uma úlcera em uma pele que recobre parte esta parte final do intestino. As fissuras podem ser classificadas como primárias (mais frequentes) e secundárias (quando são uma manifestação de outras doenças, como Doença de Crohn, tuberculose ou doenças sexualmente transmissíveis).
Segundo Matheus Buzzo, médico cirurgião especializado em aparelho digestivo da MarketMed, as fissuras primárias, que são as mais comuns, ainda podem ser classificadas como agudas ou crônicas. Elas são causadas por traumas no canal anal através da evacuação de fezes endurecidas ou diarreias, trauma perineal, sexo anal ou durante cirurgias proctológicas.
Diagnóstico e tratamento
O principal sintoma da fissura anal, segundo Buzzo, é a dor anal ao evacuar, que pode persistir após a evacuação. A dor pode ou não ser acompanhada de sangramento, geralmente rutilante, notado no papel higiênico ou recobrindo as fezes em raias. “Muitos pacientes, devido à dor intensa ao evacuar, desenvolvem constipação, tornando as próximas evacuações mais dolorosas ainda”, explica o especialista.
Outros sintomas frequentes também são a ardência anal e a presença de nódulos na região. De acordo com Paula Taglietti, coloproctologista da rede de centros médicos Dr. Consulta, a dor, sintoma presente em 90,8% dos pacientes, chega a ser tão intensa quanto uma “facada”. Além disso, o desconforto está presente durante a defecção e pode se prolongar por minutos a horas após a evacuação.
Em relação ao diagnóstico da doença, ele pode ser realizado através da história clínica e exame físico detalhado. Segundo Paula, o exame físico (como exames de sangue, colonoscopia e exame proctológico) confirma o diagnóstico e descarta outras patologias com sintomas semelhantes.
Já o tratamento da fissura anal pode ser com a ajuda de medicamentos ou, dependendo do caso, cirúrgico. “A maioria das fissuras são curadas sem intervenção cirúrgica. No entanto, quando a fissura é crônica, a cicatrização fica mais difícil de ocorrer e pode haver necessidade de um procedimento operatório”, explica a médica.
Fissura anal nem sempre exige cirurgia
Porém, caso não haja a necessidade de intervenção cirúrgica, a doença pode ser tratada com o uso de pomadas analgésicas, banho de assento, laxativos, bloqueadores do canal de cálcio, nitratos tópicos e toxina botulínica.
“O objetivo primário do tratamento visa a retirar o fator responsável pela fissura. O objetivo secundário tem por finalidade aliviar a pressão do esfíncter anal interno, para promover a melhora do fluxo sanguíneo e permitir a cicatrização”, ensina Paula.
Ainda de acordo com a especialista, para evitar os transtornos causados pela fissura anal, existem formas de preveni-la. Paula sugere evitar os quadros de constipação e os fatores irritativos, como trauma local e diarreia.
“A constipação intestinal, através da ingestão de fibras, aumento da hidratação, e da prática de atividades físicas. Também é possível prevenir controlando as causas secundárias de constipação, como doenças tipo hipotireoidismo, e uso de medicamentos como antidepressivo”, finaliza a médica.
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