Saiba como lidar com o luto e superar a morte de um ente querido

Especialistas afirmam que a melhor forma de enfrentar este sentimento é vivenciar as dores, angústias e reações emocionais

Não há uma receita para lidar com a morte: manter as memórias feliezes sobre o ente querido ameniza a dor


O luto pode ser descrito como um sentimento de tristeza e dor provocado pela perda de alguém ou algo que é precioso e amado. Este processo natural que mais cedo ou mais tarde todo mundo vivencia traz consequências emocionais que precisam ser compreendidas e superadas. Afinal, não é nada fácil lidar com a angústia e a saudade da ausência de um ente querido.

A possibilidade de falar sobre os sentimentos e expor os pensamentos sobre a morte ajudam na integração emocional, fazendo com que a pessoa em luto se reorganize internamente diante desta perda. “O auxílio e suporte emocional da família e amigos, assim como uma crença ou religião em que a pessoa acredita, também são fatores importantes e positivos na maneira de lidar com este processo delicado”, explica Aline Cristina de Melo, psicóloga do Hospital e Maternidade São Cristóvão. 

Fases do luto

 O processo do luto em si é composto por cinco estágios: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. “Inicialmente, costuma-se apresentar uma defesa temporária manifestada por meio da negação. Neste momento, a morte apresenta-se inconcebível e difícil de acreditar. Outra reação comum é a raiva, onde o indivíduo entra em contato com a revolta da perda. Nesta hora, a pessoa se apresenta mais arisca diante de qualquer acolhimento e intervenção”, analisa Aline Melo.
 
Uma das reações mais reconhecidas do luto é o estado depressivo, quando a morte desencadeia uma avalanche de sentimentos ruins e que, muitas vezes, desestabiliza o indivíduo. “E por fim, podemos citar também o estágio da aceitação, quando a pessoa entra em um estado mais equilibrado, conseguindo compreender a realidade de maneira mais consciente e serena”, reitera.
 
Mas é importante ressaltar que não existe tempo e nem ordem exata para percorrer cada um destes estágios e isso varia de pessoa para pessoa. Para lidar com casos de perda, é fundamental demonstrar os sentimentos, seja de tristeza, raiva e até negação. 

Encarando a morte

Em algumas circunstâncias, o luto é vivenciado antecipadamente, como no caso de um paciente com doença terminal. Mortes inesperadas geram um impacto diferente, mas desencadeiam o mesmo processo. Em todos os casos há sofrimento e busca de compreensão da perda.
 
Por isso, muitas vezes é difícil conviver com alguém de luto, em casa ou no trabalho, já que este momento de tristeza gera também angústia nas pessoas que estão ao redor. “O que melhor podemos fazer diante de alguém que perdeu um ente querido é oferecermos nosso acolhimento, carinho e respeito, estabelecendo uma relação de suporte para esta pessoa”, diz Aline. 

O mesmo vale para o ambiente de trabalho, especialmente a compreensão dos superiores. “É importante saber da necessidade do enlutado em voltar para suas atividades diárias e o quanto isso pode ser positivo em sua recuperação”, completa a psicóloga. 

Como lidar com a perda no dia a dia?

Ter consciência de que o período de luto precisa ser vivido e enfrentado, com o acolhimento da família e amigos;
 
Reconhecer que cada pessoa tem uma reação em relação ao luto e um tempo pra vivenciá-lo. Ou seja, é preciso respeitar e entender seu próprio tempo;
 
Buscar forças em aspectos positivos e que dão alegria;
 
Falar sobre o que sente e o que ocorreu não fará com que a tristeza seja potencializada, e sim diluída e integrada por meio da conversa;
 
Manter as atividades diárias e buscar ocupar o pensamento;
 
Ninguém e nem o tempo fará esquecer a pessoa que faleceu, mas ajudará a administrar e aprender a lidar com a falta. Se o processo estiver difícil de ser enfrentado, procure a ajuda de um psicólogo.

 
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