Saiba como incentivar a cumplicidade e o bom entendimento entre irmãos
Conflitos e brigas entre irmãos são comuns, mas podem ser contornadas e usadas para ensinar lições de convivência às crianças
Irmãos são aqueles com quem se compartilha brincadeiras, travessuras, sonhos, castelos de areia, mas também brigas e joelhos esfolados. Nem sempre um mar de rosas, a convivência entre irmãos é importante para as crianças entenderem desde cedo regras básicas de convívio social, além de ser uma das primeiras oportunidades de desenvolverem a capacidade de ter afeto por alguém diferente dos pais.
Muitos conflitos virão, mas é possível desenvolver a cumplicidade desta convivência. Em primeiro lugar, os pais devem entender as principais – e normais - causas de desentendimento entre irmãos. Na maior parte das vezes, essas brigas giram em torno da atenção dos pais, o famoso ciúme, diante da ideia de existir um filho preferido.
Mas também existem os desentendimentos por conta de brinquedos e pertences. Ou por disputa entre preferências, como programas de TV ou opções de lazer com a família. Então, nada de desespero. Os conflitos entre irmãos, em geral, são resolvidos naturalmente. Caso os pais precisem intervir, é preciso conversar com tranquilidade e, ao mesmo tempo, com segurança.
Nunca compare irmãos
Os pais devem pontuar o motivo que levou ao conflito e nunca devem apontar a personalidade de cada um. Um dos grandes erros é falar a famosa frase ‘você é implicante com seu irmão’, principalmente se for na frente um do outro. Isso só vai reforçar o desentendimento.
“A melhor maneira de resolver um desentendimento entre irmãos é nunca falar mal das características de cada criança. É preciso focar na causa do conflito”, orienta a psicóloga Julia Bittencourt.
Convém ainda que os pais tenham momentos a sós com cada um dos filhos, mas de forma equilibrada, para nenhum deles se sentir rejeitado. "E nunca se deve comparar os irmãos e nem usar agressividade na intervenção de qualquer problema entre eles”, completa a psicóloga.
Filhos preferidos
É possível que os pais tenham mais afinidade com um dos filhos, mesmo sem interferir na intensidade do amor a cada um deles. Em vez de negar essa condição, é recomendável aceitar essa condição tomando cuidado em não deixar essa cumplicidade maior mudar o tratamento entre irmãos.
“Assim como há mais afinidade com uma pessoa no trabalho ou na roda de amigos, pode acontecer na família. Mas é importante que não transpareça para os filhos, com tratamentos diferentes. Se for escancarado, pode gerar problemas, como rejeição e afastamento da criança”, explica a psicóloga Júlia Bittencourt.
A chegada dos irmãos
No caso de gravidez, adoção ou mesmo novo relacionamento, no qual o companheiro tenha filhos, as crianças precisam ser comunicadas. “Cada família tem seu melhor jeito de conversar sobre o assunto. Mas é importante que os pais sejam claros e objetivos, sem rodeios, com naturalidade, para que a criança aceite com mais tranquilidade. E esta comunicação deve ser feita de forma positiva” .
Com as novas configurações de famílias, é cada vez mais comum a união de filhos de outras relações. Sejam meio-irmãos ou apenas crianças sem laços de sangue, os pequenos vão conviver entre si como irmãos: dividindo quartos, viagens, atenção dos pais, passeios etc.
Na opinião da psicóloga Júlia Bittencourt, os pais devem agir, nesses casos das chamadas ‘novas famílias’, como se os filhos fossem irmãos de sangue. Para a especialistas, as relações entre irmãos, sejam de sangue ou não, são uma excelente forma da criança praticar o convívio social, aprendendo que ela não é o centro do mundo.
“É importante ter diálogo, estabelecer regras de convivência e respeitar o tempo e o espaço de cada um, para que essa relação aconteça mais naturalmente”, diz Júlia.
Copyright foto: iStock
Este documento, intitulado 'Saiba como incentivar a cumplicidade e o bom entendimento entre irmãos', está disponível sob a licença Creative Commons. Você pode copiar e/ou modificar o conteúdo desta página com base nas condições estipuladas pela licença. Não se esqueça de creditar o A revista da mulher (www.arevistadamulher.com.br) ao utilizar este artigo.