Síndrome metabólica: tratamento inclui atividade física e alimentação saudável
Doença é caracterizada por uma série de anormalidades metabólicas, levando a um aumento do risco de doenças cardiovasculares, diabetes e AVC

Síndrome metabólica pode ser prevenida a partir de mudanças de hábitos, como a adoção de um estilo de vida mais saudável.
Estudos realizados pela universidade de Cambridge em 2015, na Inglaterra, comprovaram que o sedentarismo é um dos maiores vilões da saúde. A ausência de prática esportiva pode trazer inúmeras consequências graves para a saúde. Uma delas é a síndrome metabólica, que corresponde a um conjunto de doenças provocadas pela resistência insulínica.
A doença é definida como uma série de anormalidades metabólicas em um mesmo indivíduo, levando a um aumento do risco de diabetes e doenças cardiovasculares, o acidente vascular cerebral (AVC) e a morte súbita.
De acordo com o Dr. Rodrigo Tenório, médico especialista em Medicina do Esporte e Nutrologia, uma das causas da síndrome é a resistência à insulina que leva o paciente a entrar num quadro de obesidade visceral. “O estilo de vida do paciente é responsável pelo surgimento da doença. Fatores de risco incluem obesidade, sedentarismo, tabagismo, hábitos alimentares inadequados, entre outros”, explica o médico.
A doença é silenciosa: com exceção da obesidade, a maior parte dos sintomas é imperceptível. Portanto, alerta Rodrigo, indivíduos obesos devem ser sempre avaliados para identificar eventuais manifestações da síndrome, a partir de exames como análise da glicemia de jejum, da pressão arterial e do lipidograma.
Para diagnosticar a doença, de acordo com a I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (I-DBSM), é necessária a presença de 3 ou mais fatores (entre os listados abaixo), que se constatados, significam que o paciente possui resistência insulínica, ou seja, o pâncreas está produzindo mais insulina do que a quantidade normal para manter o organismo funcionando e a glicose em níveis normais.
- Circunferência abdominal maior do que 102 cm para homens e maior do que 88 cm para mulheres.
- Pressão arterial maior do que 130 X 85 mmHg.
- Triglicerídeos maior do que 150 mg/dL.
- Colesterol HDL maior do que 40 mg/dL para homens e 50 mg/dL para mulheres.
- Glicemia de jejum maior do que 110 mg/dL.
Tratamento
Depois que a doença é diagnosticada, Rodrigo explica que o seu tratamento será multimodal. “A primeira e talvez mais importante ação é a mudança no estilo de vida”, alerta. Segundo ele, atitudes incluem a diminuição do sedentarismo, redução de peso e hábitos alimentares mais saudáveis. “É preciso diminuir o consumo de produtos industrializados, de açúcar e gorduras saturadas, e aumentar o consumo de frutas, legumes e ácidos graxos do tipo ômega 3 “, ensina.
Porém, se nem mesmo as mudanças de hábitos forem suficientes para a correção, deve-se considerar o tratamento medicamentoso, como o uso de anti-hipertensivos, medicações para resistência à insulina, uso de suplementação, como ômega 3, entre outros. “O tratamento da obesidade deve ser ponto fundamental, podendo se lançar mão de drogas quando necessário. Em casos de insucesso, deve-se avaliar a indicação de cirurgia bariátrica/metabólica”, sugere Rodrigo.
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