Saiba como prevenir o AVC
Embora o Acidente Vascular Cerebral (AVC) venha sem avisar, é possível preveni-lo
O AVC, mais popularmente chamado de derrame, atinge cerca de 16 milhões de pessoas anualmente no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde. Embora o acidente vascular cerebral não tenha hora para chegar, ele pode ser prevenido, explica o Dr. José Luiz de Sá Cavalcanti, Professor de neurologia da Faculdade de Medicina Souza Marques.
As causas do AVC ainda intrigam médicos e especialistas de todos os cantos. O que se sabe, até hoje, é que elas estão relacionadas mais frequentemente à hipertensão arterial, diabetes, arteriosclerose, doenças como o lupus, uso de medicamentos sem controle como os anticoagulantes, hábitos sociais, obesidade e sedentarismo, uso de drogas, entre outros fatores.
Contudo, explica o médico, também diretor do Instituto de Neurologia Deolindo Couto (UFRJ), que “até cerca de 90% dos casos de AVC podem ser prevenido se esses fatores de risco forem controlados”. Em conjunto, é importante controlar as doenças cardiovasculares e manter hábitos saudáveis - alimentação equilibrada, exercícios físicos regulares, etc -, além de combater o estresse.
Saiba reconhecer os sintomas de AVC
O AVC pode ser caracterizado em dois tipos: isquêmico ou hemorrágico. No primeiro caso, que corresponde a 85% do total, a obstrução de uma artéria bloqueia o fluxo de sangue que deveria irrigar determinada região do cérebro. Já o hemorrágico, mais raro, é quando existe uma ruptura nos vasos sanguíneos intracranianos, que causa derramamento de sangue entre o cérebro e o crânio ou em alguma outra área. Ambos os casos são graves e podem levar à morte.
Os sintomas, explica o médico, podem ser variados, mas surgem de modo abrupto. “Alguns AVC são muito breves, podendo haver regressão dos sintomas em minutos ou horas, mas jamais um paciente com sintomas sugestivos de um AVC deve postergar o atendimento médico”, enfatiza Dr. Cavalcanti.
Depois do acidente, muitos pacientes podem ter comprometimento de uma ou mais funções cerebrais, na maioria dos casos ligadas à perda da força de um lado do corpo, dificuldade na fala ou perda da coordenação motora. “As manifestações podem ser máximas desde o início ou evoluírem de gravidade com o correr das horas”, esclarece o especialista.
Com o avanço da medicina, as sequelas podem ser tratadas. “O tratamento varia de acordo com o tipo de AVC e do estado do paciente”, explica Dr. Cavalcanti. No caso do paciente com sequelas motoras, a fisioterapia é essencial. Porém, se ele tiver algum distúrbio na fala, linguagem ou deglutição, um fonoaudiólogo pode ajudar na recuperação.
A dica do especialista é que, embora o derrame venha sem avisar, o mais importante é buscar atendimento médico no menor tempo possível. Desta forma, é possível formular um diagnóstico e verificar quais medidas terapêuticas se adequam ao caso. “Muitas vezes a demora no atendimento implica em sequelas graves”, lamenta o médico.
Sendo assim, a melhor recomendação sempre será a prevenção, com exames clínicos periódicos que possam controlar precocemente os fatores de risco. Embora o AVC seja mais frequente após os 50 anos, o bom hábito de fazer um "check-up" anual deve ser estimulado desde a infância.
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