Saiba tudo sobre a infecção causada pela bactéria H.Pylori
Especialistas explicam como se pega H. Pylori e quais as orientações sobre prevenção e tratamento da infecção gástrica
A bactéria Helicobacter Pylori, chamada de H. Pylori, é a principal causadora de doenças como infecção gástrica, úlcera péptica e até câncer no estômago. Doença grave, mas em muitos casos assintomática, a infecção pelo H. Pylori ocorre quando há contato oral com saliva ou fezes dos portadores da bactéria, principalmente devido à falta de cuidado com alimentos e consequente ingestão de comida contaminada.
Grande parte da população que é infectada pelo H.Pylori não apresenta sintomas. Mas quando a infecção se manifesta, enjoos e dores de estômago são os maiores desconfortos dos pacientes.
“Os sintomas aparecem devido as alterações ulcerosas causadas pela bactéria no estômago ou mesmo a um quadro chamado de dispepsia funcional. Nesses casos, é comum sentir dor epigástrica, sensação de empachamento (estômago cheio), refluxo e até mesmo sangramento, nos casos mais graves”, explica o médico onco cirurgião Helio Toshio.
Transmissão e prevenção do H. Pylori
Apesar de muitas pessoas serem portadoras do H. Pylori e não apresentarem evidências da doença, elas são capazes de transmitir a bactéria, através de sua saliva e fezes. Como a contaminação pela bactéria ocorre devido a ingestão de alimentos mal higienizados, a forma de se prevenir desta infecção é ter cuidados básicos de higiene.
“Lavar bem os alimentos que serão consumidos crus, lavar sempre as mãos antes das refeições e também os utensílios utilizados são medidas simples de prevenção da doença”, orienta o Dr. Helio Toshio. Os médicos defendem que prevenção é a melhor forma de combater a infecção por H. Pylori, visto que alguns tipos da bactéria podem ser muito resistentes aos antibióticos.
“O H. Pylori é a única bactéria que se conhece que é capaz de infectar e sobreviver num ambiente extremamente ácido como a mucosa gástrica, isto porque possui mecanismos adequados de se proteger da acidez do estômago”, diz o médico especializado em gastroenterologia, José Mataruna.
Diagnóstico e tratamento do H. Pylori
O diagnóstico da presença da bactéria H. Pylori pode ser feito com exames de sangue, teste respiratório, exame de fezes e endoscopia digestiva. A endoscopia digestiva permite avaliar não apenas o estômago, mas também o esôfago e a porção inicial do intestino, além da possibilidade de biópsia de lesões e detecção do tipo de bactéria presente no estômago.
O tratamento da infecção pelo H. Pylori é através de sua erradicação com o uso antibióticos específicos, geralmente uma associação de dois ou três antibióticos. “No tratamento da úlcera péptica, além da associação de antibióticos, usa-se também um agente inibidor de produção de ácido gástrico (inibidor de bomba de prótons, como o omeprazol, pantoprazol e outros)”, acrescenta o Dr. José Mataruna.
Algumas pessoas são expostas a cepas (tipos) de bactérias diferentes, sendo assim necessário trocar o tipo de antibiótico devido à resistência bacteriana a determinados medicamentos.
“Para saber qual o tipo de Cepa que acomete o paciente, é necessária a endoscopia digestiva, alta com a biópsia e cultura do material colhido. Após a determinação da Cepa, podemos saber qual a sensibilidade da bactéria para determinados antibióticos”, diz o médico Helio Toshio.
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