Raw food: conheça o crudismo e seus benefícios
Cardápio baseado em comidas cruas, o raw food, não inclui alimentos industrializados e nem aquecidos a temperaturas acima de 42°
Considerada por muitos como um tipo de dieta detox, a chamada dieta raw food vem conquistando cada vez mais adeptos no Brasil. A doutrina alimentar, também conhecida como alimentação viva, crudismo ou crudivorismo, defende que a maioria dos alimentos, quando aquecidos, perdem grande parte dos seus nutrientes.
Nesta prática alimentar, os alimentos são servidos e consumidos, em regra, em sua forma natural e crua. As refeições também não passam por processos químicos (como refinamentos) ou físicos (como temperaturas acima de 42°).
Quem segue o raw food considera que o fato de os alimentos não serem submetidos a processamentos e nem a altas temperaturas faz com que minerais, vitaminas, proteínas, enzimas e bactérias “do bem” (probióticos) permaneçam vivos. Desta forma, esses nutrientes seriam completamente absorvidos pelo organismo no momento da ingestão.
A alimentação no crudismo
Comer alimentos sem cozimento não é um problema para quem segue a alimentação crudista. Os adeptos do raw food baseiam seu cardápio em uma infinidade de alimentos disponíveis na natureza. Tais como:
- legumes e leguminosas;
- frutas;
- verduras;
- brotos;
- cogumelos:
- algas;
- castanhas;
- raízes;
- sementes (hidratadas e/ou germinadas);
- além de alimentos fermentados (como chucrute, missô, queijos e iogurtes vegetais).
Em contrapartida, alguns alimentos estão completamente vetados da lista. Toda a comida cozida, frita ou assada está proibida. Ainda segundo o médico, boa parte dos adeptos do crudismo também evita alimentos transgênicos.
No raw food também ficam de fora os alimentos industrializados e/ou processados, bem como alimentos com alto teor de sódio, de açúcar e/ou de gordura de baixa qualidade (gordura trans, por exemplo). Além disso, a maioria dos crudistas são vegetarianos ou veganos
Os benefícios do crudismo
Segundo o Dr. Lincoln Motta Hashimoto, criador do Porthal Sublime e pesquisador nas áreas de alimentação consciente, medicina Ayurvédica e modulação hormomal, o ato de se alimentar de forma saudável, ou seja, evitando os alimentos industrializados, traz diversos benefícios para o corpo.
De acordo com o especialista, os praticantes do crudismo que conseguem ter uma dieta composta por 60% a 80% de alimentos vivos, podem apresentar melhoras em problemas digestivos, imunológicos, alérgicos, intestinais, circulatórios, ginecológicos, articulares, além de ganhar ou perder peso (dependendo do objetivo pessoal).
Por outro lado, quem segue o raw food pode estar sujeito à deficiência de micronutrientes (vitaminas e minerais), bem como a um desequilíbrio na ingestão diária dos macronutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras).
"Falando especificamente da vitamina B12, sua deficiência pode estar relacionada a inúmeros fatores metabólicos, absortivos e alimentares individuais. Os vegetarianos estritos e os veganos tendem a apresentar esta carência, geralmente alguns anos mais cedo em comparação aos onívoros", explica o mêdico
Amornando a comida
Apesar de os crudistas não esquentarem seus alimentos, é permitido amorná-los. "Quando colocamos o(s) alimento(s) no fogo utilizamos a sensibilidade térmica da própria mão como referência, isto é, desligamos o fogo pouco antes da temperatura da panela 'queimar' os dedos. E repetimos o processo até homogeneizar a temperatura", ensina o Dr. Hashimoto.
Dicas para quem quer começar
Seja com o intuito de prevenir ou tratar doenças, o crudismo pode contribuir e muito para alcançar a saúde desejada. "Entretanto, cada corpo é único, logo, todas as dietas devem ser individualizadas e feitas após avaliação apropriada. Somente assim conseguiremos chegar ao mais próximo para aquele indivíduo em termos de qualidade e quantidade dos alimentos” alerta o Dr. Hashimoto.
O acompanhamento médico é importante principalmente porque, para alguns pacientes, o cardápio raw food necessitará de adaptações. Pacientes muito debilitados, por exemplo, podem não conseguir ingerir alimentos fibrosos, tendo dificuldade em degluti-los e digeri-los.
Quem sofre de doença diverticular, por outro lado, deve consumir as sementes trituradas e/ou coadas após sua hidratação e/ou germinação, evitando uma complicação chamada de diverticulite.
O dia a dia no raw food
Quer mais detalhes sobre a alimentação dos crudistas? O Dr. Lincoln Hashimoto explicou como funciona o cardápio de quem segue a doutrina alimentar raw food. Confira abaixo!
Desjejum
- Suco verde (com sementes germinadas ou hidratadas).
Lanche da manhã
- Opção salgada: cracker de linhaça com patê de grão de bico germinado.
- Opção doce: iogurte de coco (e/ou frutas) com granola viva.
Almoço
- Risoto de quinoa germinada.
- Farofa de couve com banana (pode-se utilizar o resíduo do leite vegetal), salada variada e colorida com brotos e temperada com molho de semente de girassol germinada.
- Guacamole com spirulina.
- Sobremesa: beijinho vivo (preparado com castanha de caju, coco ralado e uva passa branca).
Lanche da Tarde
- Opção doce: mingau de chia (hidratada e germinada) com leite vegetal saborizado com fruta da estação; e/ou fruta(s).
- Opção salgada: ricota vegetal (preparada com o resíduo do leite de amêndoas e temperado com sal, azeite, limão, azeitona e cebolinha picada) servida em fatias de abobrinha.
Jantar
- Creme de cenoura com tomate e alho poró (podendo-se adicionar pedaços de vegetais picados) e/ou macarrão de abobrinha ao molho pesto (de castanha do Brasil hidratada batida ou processada com manjericão e sal).
- Salada variada.
Dica final: consumir muito liquido durante todo o dia, seja na forma de suco, vitaminas, chás, suchás, água aromatizada ou simplesmente bebendo bastante água.
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