Saiba como ajudar no processo de criação artística do seu filho

As aulas de educação artística e o incentivo à criação com desenhos e outras formas de arte são importantes para o desenvolvimento da criança

Educação artística na escola e em casa ajuda no processo criativo infantil.


Uma Medida Provisória recém enviada ao Congresso Nacional pela Presidência da República propões uma reforma no ensino médio. Entre a série de medidas polêmicas, uma das propostas é tornar o ensino de educação artística opcional. Na opinião de especialistas, porém, o ensino de artes na escola, aliado ao estímulo em casa, é de grande importância na formação das crianças e educação infantil.
 
Na escola e em casa, o contato de crianças com as artes é importante e ajuda não somente no desenvolvimento de habilidades manuais, sensibilidade e criatividade, como também contribui para melhor absorção do aprendizado formal. 

“Quando há uma equipe no colégio de forma integrada, o ensino da arte é muito rico. Por exemplo: um professor de ciências conta com vários recursos tecnológicos para ensinar sobre o sistema solar. Mas o professor de artes propõe montar uma galáxia – seja por forma desenho, escultura de papel, dramatização, poesia - e o aluno trabalha esse aprendizado no nível mais abstrato, ele absorve melhor o que foi ensinado pelo professor de ciências”, explica a professora de alfabetização a rede pública municipal do Rio de Janeiro, Márcia Santos. 

Criação artística na escola e em casa

Na opinião da professora, o processo de criação artístico nas crianças pode ainda ajudar a tornar a escola a ser algo mais prazeroso. Incentivar as crianças a mexerem com pincéis, tintas, ensinar técnicas de utilização destes materiais pode estimular a formação de artista., aproveitando uma propensão natural dos pequenos à criação artística.

“É bastante comum as crianças gostarem de passar seu tempo em contato com o papel, seja desenhando, rabiscando ou colando. O que muitos pais não sabem é que o processo de criação artística merece atenção e é muito importante para o desenvolvimento individual da criança”, ratifica a psicóloga Christine Bruder.

Além do processo de educação artística ensinado na escola, segundo Christine é indispensável que os pais acompanhem este processo. “Tenha em casa materiais dos mais variados tipos, além de procurar estimular o uso de outros materiais como pinceis e lápis de cera, e, principalmente, não entregar desenhos prontos para o seu filho apenas pintar e nem apresentar modelos para cópias”, reforça a especialistas.

Crianças devem expressar a arte livremente

Pais e educadores devem incentivar as crianças a expressarem-se livremente. Desenhos abstratos, que não se parecem com nada, muitas vezes representam uma forma de expressão cheia de significados. Portanto, seja em casa ou na escola, os adultos devem evitar mostrar modelos ou pressuposições de formas aos pequenos.

 A ideia é que a exploração do material seja baseada no sensorial e não no racional, especialmente em crianças de zero a três anos. A partir desses estímulos a criança tem total liberdade para criar aquilo que bem entender. E para incentivar seu filho a, quem sabe, se transformar em um futuro Candido Portinari, a psicóloga Cristine Bruder dá algumas dicas: 
 
  • Quanto menor a criança maior deve ser o papel. Ofereça de preferência uma cartolina para as crianças abaixo de três anos;
  • Reserve um espaço em casa – seja no quarto, na lateral da geladeira ou até no banheiro – para fazer um mural com os desenhos;
  • Pergunte à criança, quando ela considerar a obra terminada, se ela quer seu nome no papel. Se sim, escreva o nome onde o pequeno indicar. Caso ele preferir escrever sozinho deixe-o livre e dê-lhe a caneta, mesmo que ele ainda não saiba escrever;
  • Resista à vontade de fazer perguntas, sobretudo questões como ‘O que é isso?’'. A arte deve ser uma expressão livre e o desenho não precisa parecer com alguma coisa.
  •  Se a criança pede para você olhar o desenho, contente-se apenas em observar. É ela quem deve se manifestar e explicar sua obra, caso sinta vontade;
  • E se a criança perguntar ‘Você gosta do meu desenho?’, devolva a questão: ‘E você? Você gosta do seu desenho?’. Vire o papel de cabeça para baixo, ou de lado e diga ‘E se eu segurar assim. Ou assim?’. Isto estimula a criança a entrar em contato com o pensamento sobre sua criação e pode fazer com que ela tenha vontade de aperfeiçoar ou repetir as suas ‘obras de arte’.

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