Psoríase: tratamento previne evolução a doença e melhora qualidade de vida dos pacientes

Psoríase é hereditária, mas também pode ser causada por fatores psicogênicos e emocionais

Psoríase: doença não tem cura, mas tratamento alivia os sintomas.


Descamação pelo corpo e coceiras são alguns dos sintomas da psoríase, uma doença inflamatória da pele e das articulações. De acordo com a dermatologista Bianca Wiedemann, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a doença é causada por uma predisposição genética e por isso tem caráter hereditário. “Filhos de pai ou mãe portador de psoríase têm maior chance de desenvolvê-la do que pessoas sem antecedentes”, explica.

De acordo com a especialista, o uso de medicamentos como lítio, betabloqueadores, antimaláricos e anti-inflamatórios não esteroides e fatores psicogênicos e emocionais podem desencadear e/ou agravar a psoríase. “Vários pacientes relatam piora do quadro da doença em momentos de estresse psicológico”, conta a dermatologista. Tabagismo e alcoolismo também são considerados fatores de risco.

Sintomas

A doença, que ataca o sistema imunológico dos pacientes, apresenta sintomas variados. Segundo a dermatologista, o mais comum são as placas avermelhadas e descamativas que pode causar coceira nas lesões e surgem preferencialmente em áreas como cotovelos, joelhos e couro cabeludo. Essas placas podem ter tamanho e número variáveis. A doença também pode causar alterações nas unhas, como manchas e pequenas depressões na lâmina. 

Ainda segundo Bianca Wiedemann, a psoríase também pode se manifestar no formato de gotas, chamada de psoríase gutata, em que as placas são pequenas. Neste caso, a doença predomina no tronco e na raiz dos membros, em formato de gotas e acomete geralmente adolescentes e adultos jovens

Diagnóstico

O diagnóstico da psoríase se baseia fundamentalmente no histórico e quadro clínico do paciente. A dermatologista explica que “durante a consulta, o médico deve ter ciência de detalhes da vida [do paciente] e fazer um exame clínico minucioso em toda superfície da pele. O exame do couro cabeludo e das unhas não pode ser esquecido, pois auxilia no diagnóstico”. Em quadros clínicos menos típicos, também pode ser necessário realizar biópsia em uma das lesões para confirmação da doença. 

É fundamental o diagnóstico precoce para prevenir a evolução da doença. Segundo Bianca Wiedemann, a psoríase pode se agravar e atingir quase toda superfície corporal (até cerca de 90%), chamada psoríase eritrodérmica“Nesse caso, há comprometimento do estado geral do paciente”, alerta. 

Outra forma grave, embora mais rara, é a chamada Psoríase pustulosa generalizada de Von Zumbusch. “Este quadro apresenta inchaços vermelhos com pus espalhados pela pele, aliado à febre e queda do estado geral do paciente”. Em ambas as situações é necessária internação hospitalar

Tratamento

Embora não tenha cura, após diagnosticada, o tratamento tem o objetivo de controlar a doença e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A terapia consiste em aplicações de medicamentos diretamente sobre as lesões na pele ou o uso de medicação via oral, injeções subcutânea e endovenosa. A fototerapia, exposição controlada do paciente às radiações ultra violeta A e B, é igualmente uma opção de tratamento. 

“A estratégia terapêutica vai ser definida de acordo com a história clínica e o quadro clínico de cada paciente”, explica Bianca. O tratamento também pode contemplar um dos métodos ou combiná-los, mas sem esquecer da terapêutica coadjuvante: o uso diário de cremes com ativos hidratantes e ceratolíticos como a ureia, o lactato de amônio e o ácido salicílico que são fundamentais para a restauração da pele. 

Em alguns casos, a psicoterapia também pode ser de grande valia, pois a psoríase pode afetar a motivação, a auto estima e o humor de alguns pacientes, o que pode gerar influencias no seu desenvolvimento social e no seu desempenho no trabalho, por exemplo. 

Por fim, a dermatologista explica que a doença não é transmissível. “Muitas pessoas, por falta de conhecimento, têm receio de tocar em pacientes com psoríase, pois acham que a doença pode ser passada de uma pessoa para outra pelo contato físico. Isso não é verdadeiro”, finaliza. 

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