DTM: saiba tudo sobre disfunção na mandíbula

O tratamento para DTM, que pode causar fortes dores de cabeça e ouvido, é multidisciplinar e a intervenção cirúrgica só é necessária em casos mais graves

Tratamento adequado pode reduzir ou até eliminar sintomas do distúrbio.


Não são raras as histórias de quem teve o maxilar deslocado ou já ouviu estalos ao abrir e fechar a boca. Estes sintomas podem ser sinais de uma disfunção séria na articulação da mandíbula: a DTM. A Sigla, como explica o Dr. Octavio Cintra, cirurgião buco maxilo facial da Well Clinic, significa Disfunção Têmporo Mandibular

Essa articulação é responsável por mover a mandíbula para frente, para trás, para os lados e pela abertura e fechamento de boca. Liga o maxilar inferior (mandíbula) ao crânio, sendo considerada uma das mais complexas do corpo humano. A DTM está intimamente relacionada com qualquer problema que impeça a função ou o adequado funcionamento deste complexo sistema de músculos, de ligamentos, de discos articulares (meniscos) e de ossos.

Ainda de acordo com o especialista, as causas dessa disfunção são multifatoriais e, muitas vezes, de difícil diagnóstico. “Uma avaliação clínica, levantamento do histórico do paciente e exames complementares, são essenciais para que se determine a exata causa da situação”, explica o Dr. Octavio.

Sintomas e tratamento

Alguns dos sintomas de quem sofre de DTM são:
  • fortes dores de cabeça (frequentemente parecidas com enxaquecas);
  • dores de ouvido; 
  • dor e pressão atrás dos olhos; 
  • um "clique" ou sensação de desencaixe ao abrir ou fechar a boca; 
  • dor ao bocejar, ao abrir muito a boca ou ao mastigar; 
  • sensação de que as mandíbulas estão “presas”, travadas ou que saíram do lugar; 
  • e uma brusca mudança no modo em que os dentes superiores e inferiores se encaixam.

Entretanto, com um tratamento adequado é possível reduzir ou até eliminar esses sintomas. Segundo Dr. Aluísio Galiana, cirurgião buco maxilo facial da Well Clinic, como as causas da DTM são multifatoriais, o tratamento também envolve uma abordagem multidisciplinar em que muitas vezes são necessários vários profissionais, entre eles o cirurgião dentista, o fonoaudiólogo, o fisioterapeuta e o médico.

“O tratamento na sua grande maioria é conservador. De forma paliativa, pode-se atuar, por exemplo, com o uso de medicamentos, laser terapêutico, correção postural, uso de placas intra-orais, eletroacupuntura, etc”, explica o cirurgião. Em último caso, pode-se indicar a cirurgia, mas segundo o especialista, o procedimento só é realizado após o insucesso de abordagens tradicionais.

É fundamental que o paciente não abandone o tratamento, pois o transtorno pode evoluir para casos mais graves. “Por se tratar de uma articulação complexa e vários fatores estarem envolvidos, a evolução é uma realidade”, alerta o Dr. Aluísio. Em casos como esse, quando a cirurgia é uma das únicas opções, o resultado costuma ser positivo. “A cirurgia elimina ou diminui muito o nível de dor, devolvendo ao paciente uma qualidade de vida digna de um conforto adequado”.

Porém, alerta o cirurgião, o ideal é que o paciente, mesmo submetido à cirurgia, seja acompanhado anualmente para que se verifique a evolução do quadro clínico. Por fim, ele sugere a prevenção da DTM. “A prevenção é sempre a melhor solução, que consiste na verificação dos primeiros sintomas por meio de diagnosticados precisos. Desta forma, a condução do tratamento tem mais chances de obter sucesso”, finaliza.

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