Câncer de ovário: diagnóstico precoce evita avanço da doença
Considerado o mais letal, tumor cresce lentamente. Sintomas podem demorar para se manifestar
Considerado o câncer ginecológico mais mortal, com a taxa de sobrevivência mais baixa, o câncer de ovário atinge, geralmente, mulheres acima dos 55 anos. A doença é responsável por 140 mil mortes todos os anos no mundo, sendo que apenas 45% das mulheres que sofrem deste câncer conseguem sobreviver (bem diferente do câncer de mama, que mata cerca de 11% das mulheres).
A doença, explica o Dr. Décio Lerner, chefe do setor de Oncologia do Hospital São Vicente de Paulo (RJ), atinge o órgão que pertence ao sistema reprodutor feminino e onde são produzidos os óvulos necessários à reprodução durante a vida fértil da mulher.
O ovário também é responsável pela produção dos hormônios sexuais, principalmente o estrogênio, que confere todas as características femininas às mulheres (tamanho dos seios, textura e brilho da pele).
O câncer aparece quando as células do ovário passam a se multiplicar desordenadamente e a se espalhar para a cavidade abdominal, formando tumores.
Diagnóstico difícil
Uma das maiores dificuldades é diagnosticar o câncer de ovário. “Como a doença não provoca sintomas em suas fases iniciais, ela é geralmente descoberta já em estágios avançados”, explica o médico. "Isso explica o alto índice de mortes."
Porém, o médico alerta para alguns sintomas que podem sinalizar o surgimento da doença, como dor na região abdominal ou pélvica, aumento do volume abdominal, aumento da frequência urinária, dor lombar e enjoo.
Facilmente confundidos com sintomas de qualquer doença do tubo digestivo, é importante, ao menor deles, procurar um médico especialista e realizar os exames preventivos, alerta o Dr. Décio.
O câncer pode ser diagnosticado por ultrassom transvaginal e por um exame de sangue, chamado Ca 125. O exame papanicolau, contudo, não detecta a doença. Já o tratamento inclui a cirurgia e a quimioterapia, realizada na maioria dos casos.
Fatores de risco
Os fatores de risco da doença incluem antecedentes familiares (principalmente câncer de mama ou ovário antes dos 50 anos), herança genética (quando há alguma alteração genética que é passada de mãe para filha), e por fim, explica o médico, mulheres que nunca tiveram filhos e que tenham feito tratamento para fertilidade ou hormonal para os sintomas da menopausa.
Justamente por ser, na maioria dos casos, genético, não há uma maneira eficaz de prevenção da doença. Contudo, o uso de anticoncepcionais orais diminui o risco de câncer de ovário. Isso acontece porque, com a ingestão da pílula anticoncepcional, a mulher não ovula nem tem os ovários rompidos e regenerados mensalmente, fato que aumentaria o risco da doença, segundo pesquisas recentes. Além disso, “se houver um histórico familiar, pode ser realizado um teste genético sob orientação médica”, finaliza o médico.
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