Dieta sem glúten funciona?

Plano alimentar elimina do cardápio alimentos que contenham glúten, como farinhas e subprodutos de trigo, centeio, aveia, malte, cevada. Especialistas divergem sobre sua eficácia

A dieta é indicada para um "detox" do organismo, porém, por um período de poucos dias e sem excluir carboidratos do cardápio.


Uma dieta que entrou na moda e no cardápio de centenas de pessoas nos últimos tempos foi a dieta sem glúten. Famosas como Gisele Bündchen, Bruna Marquezine, Juliana Paes, Lady Gaga, Gwyneth Paltrow e Miley Cyrus aderiram ao cardápio e fizeram com que ela ficasse ainda mais conhecida.

Segundo a nutricionista Maiara Fidalgo, da Fluyr Saudável, a base da dieta é cortar do cardápio alimentos que contenham glúten, como farinhas e subprodutos de trigo, centeio, aveia, malte, cevada. Ou seja, pão, cerveja, macarrão, bolachas, torradas e muito mais. Nesses alimentos, o glúten confere elasticidade à receita, deixando o pãozinho, por exemplo, mais fofo.

Contudo, até alguns anos atrás, só cortava o glúten da dieta quem portava uma doença rara, conhecida como doença celíaca. A doença pode causar em quem consome esses tipos de alimentos diarreia, vômito, perda de peso, inchaço nas pernas, anemias, alterações na pele, fraqueza das unhas, queda de pêlos, diminuição da fertilidade, alterações do ciclo menstrual e sinais de desnutrição.

Por esse motivo, a dieta sem glúten, embora amplamente difundida, tem sido alvo de críticas por especialistas. “Ela está muito na moda, mas não a recomendo para perda de peso se a pessoa não tem sensibilidade ao glúten ou doença celíaca. O ideal é uma reeducação alimentar com acompanhamento de uma nutricionista”, explica Maiara.

Também existe o outro lado: especialistas que defendem a dieta com unhas e dentes. Segundo Carolina Berger, nutricionista, a dieta sem glúten deve ser feita durante toda a vida. “Quanto maior a duração, mais saúde e prevenção de doenças [a pessoa] terá.” 

Isso porque, segundo Carolina, o glúten está associado à várias doenças e pode causar inchaço, aumento de peso, câncer, doenças autoimunes, desordens cerebrais, osteoporose, doenças intestinais e problemas gestacionais.  “As pessoas que não possuem doença celíaca devem consumir a menor quantidade que conseguirem, e é possível retirar 100 % do glúten da alimentação.”

Detox já!

Se for para fazer um “detox” do organismo por alguns dias, a dieta sem glúten pode ser uma saída e resultará na perda de peso. Esse ponto pelo menos é um consenso entre os especialistas. Até porque, segundo eles, a maioria dos alimentos que contém glúten, como cerveja e bolachas recheadas, não são saudáveis. Desta maneira, a dieta pode ajudar na reeducação alimentar. 

Se quiser investir na dieta detox, aqui vai o alerta da nutricionista Maiara Fidalgo: o primeiro passo é consultar um especialista que a oriente sobre como substituir o glúten sem deixar de consumir alimentos que possuem carboidratos e fornecem energia

Os carboidratos podem ser, por exemplo, arroz integral, pipoca, batata-doce, abobrinha, folhas verde-escuras, quinoa, frutas vermelhas, feijão, linhaça, entre outros.

Além disso, a dica é não trocar o alimento sem glúten por substitutos como cerveja sem glúten, massa ou bolacha sem glúten, pois eles podem ter mais gordura e açúcar do que o tradicional. Uma bolacha comum, por exemplo, tem 70 calorias. Sem glúten, o mesmo biscoito pode chegar a 210 calorias.

Por isso, para perder peso com uma dieta sem glúten é importante trocar alimentos processados (como biscoitos) por outros frescos, como verduras, frutas, peixe e carne.

Substitutos do glúten

Confira abaixo a lista criada por Maiara Fidalgo de alimentos que não possuem glúten e podem substituir a farinha de trigo e outros ingredientes que contenham a proteína:

Arroz: farinha de arroz, creme de arroz, arrozina, arroz integral em pó e seus derivados.

Milho: fubá, farinha, amido de milho, flocos, canjica e pipoca.

Mandioca: fécula ou farinha, como a tapioca, polvilho doce ou azedo.

Batata: fécula de batata.

Quinoa e trigo sarraceno.

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