Candidíase: previna-se já

Mudanças na alimentação e exercícios físicos ajudam na prevenção da doença

O tratamento da candidíase costuma ser feito com cremes antifúngicos ou medicações orais.


Causada pelo fungo Candida albicans, a candidíase provoca grande incômodo para as mulheres. Ela pode provocar, dentre outros sintomas, coceira na vagina e no canal vaginal, ardência ao urinar, dor nas relações sexuais, além um corrimento branco semelhante à nata do leite.

Contudo, engana-se quem pensa que o fungo afeta apenas a região vaginal. Segundo o Dr. Domingos Mantelli, ginecologista e obstetra, o Candida albicans pode atingir outras regiões como pele, boca, estômago e intestino.

Outro mito é que a doença atinge apenas as mulheres. Mantelli explica que em homens ela se manifesta através de manchas vermelhas no pênis e coceiras. Na região, podem aparecer lesões em formato de pontos e um leve inchaço. 

A Dra. Mariana Halla, ginecologista e obstetra, garante que o fungo, na verdade, não é o vilão. “Ele pode estar presente em nossa flora normal, porém quando existe um desequilíbrio, cresce de forma descontrolada, levando aos sintomas da doença”. Esse desequilíbrio, explica, é causado pelo uso de antibióticos, stress, falta de sono e dieta rica em açúcares farinha branca, diabetes descontrolado, entre outros.

A boa notícia é que a candidíase tem cura. Porém, em pacientes com o sistema imunológico comprometido por doenças crônicas ou infecto-contagiosas, a doença pode evoluir de simples coceiras para infecções graves generalizadas, explica Halla.

O tratamento também não é bicho de sete cabeças: costuma ser feito com cremes antifúngicos ou medicações orais. Porém a candidíase pode voltar a se manifestar (chamada de candidíase de repetição). Neste caso, o tratamento é mais prolongado e pode ser necessário mudanças na dieta, além de uso do creme e antifúngico por meses. 

Como muitos doenças que acometem nosso organismo, a prevenção continua sendo o melhor remédio. Além de controlar a imunidade, com ingestão de vitaminas e minerais adequados, é importante evitar o açúcar e a farinha branca, dormir bem e praticar exercícios físicos.

Halla conta que, embora tais fatores não pareçam ter relação com a candidíase, estudos recentes mostraram que essas medida aumentam o fluxo sanguíneo da área dos genitais, melhorando a defesa local. “Também é importante não usar roupas apertadas e biquíni molhado por muito tempo. O uso de anticoncepcionais orais podem piorar o quadro em algumas pacientes.” 

A ginecologista dá uma dica caseira que pode ajudar no tratamento da candidíase: basta preparar um banho de assento em bacia limpa (sem resquício de sabão em pó) com chá de camomila morno, durante 20 minutos, 2 vezes ao dia. “Além de ser calmante, é cicatrizante”, ensina.

A Dra. Heloisa Brudniewski, ginecologista, também dá outras dicas preciosas para evitar a incômoda candidíase. “É importante evitar o uso de absorvente diário e secar sempre a região genital após o banho ou banho de piscina”, finaliza.
Por fim, é importante ficar alerta: embora a candidíase não seja uma doença sexualmente transmissível, pode haver contaminação pelo parceiro. Esse é, inclusive, o único meio de transmissão, excluindo-se portanto a contaminação através de toalhas e assentos de privada.

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