O limite do ciúme: quando amar demais pode virar uma doença

O medo de perder o parceiro é normal, desde que não fuja do controle; veja como se policiar

Ciúmes de mais pode acabar com uma relação.


Se ele demora um pouco, você fica louca esperando. Diz que não se preocupa, inventa uma desculpa. Mas, na verdade, todo mundo vê que é ciúme, ciúme de você! Muito mais que a letra de uma canção conhecida da música popular brasileira, essas frases resumem a situação de muitas mulheres que não sabem onde começa e nem onde termina a liberdade do parceiro. Este medo de perder alguém, comum em algumas relações, pode até se transformar em casos de polícia.

Do ciúme à obsessão

O ciúme bem aceito nos relacionamentos é aquele ligado ao desejo de cuidar, preservar e valorizar ainda mais o parceiro. “Homens e mulheres se preocupam se um ou outro sentem um pouco de ciúme. É como se o ciúme fosse termômetro, para se dizer que se ama”, analisa a psicóloga Carla Maria Gomes Ribeiro.

O problema é que o ciúme também pode ser doentio, como uma vontade inconsciente e até patológica de propriedade, controle e obsessão. Ele se torna perigoso quando falta o discernimento entre ter um amor e ter alguém que venha preencher seus vazios existenciais.  “O ciúme pode ser normal até o momento em que o casal não se consuma com discussões sobre ciúmes, até que a individualidade um do outro continue a ser respeitada”, acredita a psicóloga.

 
Ela explica que o ciúme é um sentimento de dependência emocional da pessoa amada. Ou seja, existe na pessoa ciumenta uma necessidade de ter esse companheiro preenchendo suas necessidades como a busca de amparo, aconchego e proteção. E mais: o ciúme está intimamente ligado à autoimagem que o indivíduo faz de si mesmo. “Se a imagem é negativa, o ciúme se manifesta pela sensação de se ver sozinho. Como se estivesse abandonado. A possibilidade de se pensar que a pessoa amada venha se afastar pode levar a um grande desequilíbrio emocional”, explica.
 

Não perca o controle de si mesmo

Em um mundo com celulares, redes sociais e relações amorosas efêmeras, motivos não faltam para sentir ciúmes. Diversas situações podem desencadear crises, como mudanças no jeito da pessoa amada se vestir, saídas com os amigos, atender telefonemas, conversar sozinho com outras pessoas. 
 
Para não cair na cilada de parceiros ciumentos e, principalmente, não ultrapassar a linha tênue entre o ciúme normal e o doentio, fique atento às suas atitudes diante de situações cotidianas. Lembre-se: a pessoa cimenta tenta de várias formas manter o controle com telefonemas, “relatórios” detalhados das tarefas do dia a dia e desconfianças constantes.

Para ter um maior controle deste sentimento, veja algumas dicas que a psicóloga Carla Maria Gomes Ribeiro oferece às leitoras de A Revista da Mulher:
 
  •  Entenda que a pessoa amada não é sua propriedade;
  • Passe a desejar um amor de verdade e não alguém para você controlar;
  • A pessoa amada não tem obrigação de suprir todas as suas necessidades como prova de amor;
  • Amar é cuidar e não sufocar o outro;
  • Respeite a individualidade da pessoa amada;
  • Busque sua autoconfiança na relação a dois;
  • Se tudo ficar muito angustiante, procure a orientação profissional de um psicólogo.

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