Placenta prévia: conheça os riscos e saiba identificar o problema
Complicação que ocorre durante a gestação é causada pelo mau posicionamento da placenta e pode gerar sangramentos e cólicas
A gravidez é um momento especial na vida das mamães, mas é necessário cuidado e atenção para alguns possíveis problemas. A placenta prévia, também conhecida como placenta de inserção baixa, é uma complicação que ocorre durante a gestação e é causada pelo mau posicionamento da placenta.
O problema ocorre geralmente nas últimas doze semanas da gravidez e atinge uma em cada 200 gestantes, de acordo com o Dr. Edvaldo Cavalcante, ginecologista e obstetra. O médico explica que a placenta é um órgão materno-fetal que tem a função de prover oxigênio e nutrientes para o feto.
No caso da placenta prévia, o órgão se fixa à parede uterina, cobrindo parcial ou totalmente o seguimento inferior do útero, o que pode impedir a realização de um parto normal. Não se sabe ainda a causa específica esta complicação, mas há associações fortes com cicatrizes uterina decorrente ao parto cesárea e/ou miomectomia.
Sintomas e diagnóstico
Na maioria dos casos a placenta prévia ou de inserção baixa é assintomática. Possíveis sintomas podem surgir após a segunda metade da gestação com o sangramento vaginal indolor. Podem haver outros sintomas associados, como cólicas e o sangramento após relação sexual
O diagnóstico do problema é feito a partir da avaliação médica. “A suspeita de placenta prévia deve ser levantada em toda gestante com sangramentos indolores na segunda metade da gestação. O exame para confirmar o diagnóstico é a ultrassonografia transvaginal”, esclarece o médico.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco para a placenta prévia são:
- Cirurgia uterina prévia;
- Parto cesárea em gestação anterior;
- Idade acima de 35 anos;
- Gravidez por fertilização in vitro;
- Tabagismo;
- Histórico de placenta prévia em gestação anterior.
Quais são os riscos para a mãe e o bebê?
Segundo o Dr. Edvaldo, geralmente não há grandes complicações para a mãe o bebê, porém, é importante tratar o problema, pois evita novos episódios de sangramento.
Em casos extremos, pode haver complicações que envolvem o feto, levando à restrição de crescimento intrautero ou complicações maternas em decorrência do sangramento excessivo e da associação com acretismo placentário (invasão da placenta na musculatura uterina).
Como fica o parto em caso de placenta prévia
Segundo o Dr. Edvlado, o tipo de parto depende do tipo de placenta prévia. Quando a placenta recobre total ou parcialmente o orifício de saída do colo do útero, ou ainda está localizada a menos de 2,0 cm desse orifício, está indicado a realização de parto cesárea.
Em contrapartida, se a borda da placenta estiver a mais de 2 cm do orifício do colo do útero, a gestante pode ser submetida ao parto vaginal, pois a possibilidade de sangramento é baixa.
Tratamento
De acordo com o especialista, o tratamento da placenta prévia consiste basicamente em controlar o sangramento com repouso e abstinência sexual. Em casos de vazamento de uma grande quantidade de sangue, pode ser necessário e reposição do volume sanguíneo e a antecipação do parto.
Para prevenir esta complicação, o ginecologista sugere evitar os fatores de riscos como parto cesárea desnecessário, curetagem uterina após aborto, tabagismo e gestação tardia.