Curetagem é indispensável em casos de aborto e sangramento intenso
Indolor, procedimento deve ser realizado por ginecologista. Paciente recebe alta no mesmo dia
A curetagem, procedimento que consiste em fazer uma raspagem na parede uterina é indispensável em alguns casos de aborto ou sangramento intenso. A técnica serve para retirar do útero o que não foi expelido espontaneamente ou para coletar material a fim de diagnosticar alguma doença, como o câncer de útero.
A Dra. Juliana Amato, ginecologista da Amato Instituto de Medicina Avançada explica melhor o procedimento. A técnica, realizada por um médico ginecologista e obstetra, consiste em raspar o endométrio, camada interna do útero. A curetagem é indicada a pacientes com abortamento retido (quando o feto não tem mais batimentos cardíacos, mas não se exteriorizou espontaneamente), abortamento incompleto (quando houve sangramento, mas sem a saída completa do feto e restos ovulares) e em casos de não grávidas que apresentam sangramento excessivo e prolongado.
Indolor, o procedimento é realizado com anestesia e em ambiente hospitalar. Desta forma, explica a ginecologista, logo após o procedimento a mulher recebe as medicações para evitar a dor pós-curetagem, o que costuma acontecer em pacientes mais sensíveis.
A recuperação, segundo Juliana, é rápida. Após o procedimento a paciente fica no hospital algumas horas para se recuperar da anestesia e fazer a primeira refeição. Depois, ela já recebe alta. “Em casa, recomendo o repouso de uma semana. Para retomar a atividade física, recomendo, pelo menos, de 15 a 20 dias.”
Ainda segundo a ginecologista, um dos maiores medos das mulheres são os riscos que a curetagem pode trazer, como a perfuração do útero durante o procedimento. Além disso, também podem ocorrer, após a técnica, infecções uterinas e pélvicas e a Síndrome de Asherman, que consiste em aderência endometrial, coalhando o útero e levando a infertilidade.
Entretanto, para minimizar os riscos, a ginecologista alerta para algo elementar: realizar a curetagem apenas com um ginecologista que conheça a anatomia pélvica da mulher e que seja treinado para realizar este tipo de procedimento.
Posso engravidar depois da curetagem?
A causa mais comum da realização da curetagem é o aborto. Segundo a especialista, inúmeros fatores podem levar a um aborto espontâneo, como o uso de medicações indevidas na gravidez, falha de implantação do embrião no útero, trombofilias, doenças autoimunes maternas, doenças da tireoide, entre outras.
Desta forma, muitas mulheres ficam traumatizadas ou receosas de engravidar novamente. Não é necessário desistir da gravidez, porém, alerta a médica, é preciso esperar um pouco para engravidar novamente: “Orientamos a mulher a aguardar 6 meses, tempo suficiente para o endométrio se refazer e ocorrer alguns ciclos menstruais. Assim o endométrio não corre o risco de estar fino, o que é um risco para abortamentos”, finaliza a especialista.
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