Congelamento de óvulos: torna-se cada vez mais possível postergar a realidade

Técnica é capaz de preservar o potencial reprodutivo da mulher

Congelamento de óvulos: solução para postergar o sonho de ser mãe. © iStockphoto.com/eorgeRudy

Postergar o sonho de tornar-se mãe é uma característica marcante da atual geração de mulheres. Ser mãe após os 40 pode ser difícil do ponto de vista biológico, mas a ciência avançou e a possibilidade de congelamento de óvulos trouxe a tranquilidade para quem deseja preservar a fertilidade.

“O congelamento dos gametas femininos possibilita à mulher estocar e preservar seus óvulos jovens antes de perderem a qualidade ou a total função ovariana. Isso possibilita que, mais tarde, quando estiver decidida, se possa obter sucesso na gravidez", explica Renato de Oliveira,  ginecologista responsável pela área de reprodução humana da Criogênesis.  

Tecnicamente, o congelamento de óvulos é chamada de criopreservação dos óvulos. O preço da realização em clínica mais os medicamentos está, em média, R$ 15 mil no Brasil e mais o custo médio de R$ 1 mil de anuidade para conservar os óvulos. Apesar de recorrente e cada vez mais acessível, o procedimento ainda gera diversas dúvidas.  

O procedimento é realizado por um método laboratorial chamado vitrificação, que protege a célula e mantém suas funções. "Por serem células grandes e cheias de água em sua composição, os óvulos, são desidratados e depois imersos em um meio crioprotetor para serem congelados”, explica o Dr. Renato. 

Idade para o congelamento de óvulos 

Uma das dúvidas mais frequentes sobre o congelamento de óvulos refere-se à idade máxima para fazer o procedimento. O especialista ressalta que o ideal é realizar o congelamento até os 35 anos de idade, pois os resultados são melhores.

O médico afirma ainda que, ao nascer, a menina já perde 70% dos oócitos, que são os gametas femininos, resultando em, aproximadamente, dois milhões de gametas. Na menarca, ou seja, primeira menstruação, a mulher possui de 300 a 500 mil de oócitos.

"Aos 30 anos, estima-se que apenas 500 oócitos serão selecionados para serem ovulados. E, depois dos 35 anos, há uma queda importante tanto da quantidade quanto na qualidade dos oócitos maternos", completa o especialista da Criogênesis.

Para o Dr. Renato, é  importante citar que quanto antes a mulher congelar, e quanto mais nova for ao fazer o procedimento, maiores são as chances de engravidar. No entanto, até os 35 anos, estima-se que a taxa de sucesso é de mais ou menos 50%. 

Como se congela os óvulos

O procedimento não necessita de internação. Durante 10 a 12 dias consecutivos, a paciente se submete à aplicação de injeções de hormônios para estimular os ovários a liberar vários óvulos. Assim que o número adequado e o tamanho ideal de folículo é alcançado, o procedimento é liberado para ser realizado na clínica. 

Com anestesia, a punção ovariana é feita pelo canal vaginal e guiada por um ultrassom, que auxilia na localização dos folículos ovarianos. Os óvulos são capturados e, em seguida, são encaminhados ao laboratório que avaliará o grau de maturidade e viabilidade de congelamento. 

O material coletado tem grande durabilidade, pode ficar armazenado por diversos anos. Há estudos que citam casos de gravidez em que o óvulo ficou congelado por mais de 15 anos. 

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