Saiba como funciona a tabelinha, um dos mais antigos métodos contraceptivos
O princípio da tabelinha é determinar os dias do ciclo menstrual em que se deve evitar ter relações sexais
Atualmente são inúmeras as opções de métodos contraceptivos existentes, cada um com sua particularidade, características, benefícios e impactos na saúde da mulher. Entre elas se destaca a tabelinha, também chamada de método de Ogino-Knaus, método rítmico ou calendário.
Um dos mais antigos métodos contraceptivos, a tabelinha consiste em analisar o ciclo menstrual e evitar ter relações sexuais durante o período fértil. Entretanto, diante da facilidade dos novos contraceptivos, este método é cada vez menos utilizado.
“O fato de se tomar um comprimido por dia, ou mesmo da aplicação do anticoncepcional e isso valer por períodos mais longos, por exemplo, se contrapõe à necessidade de se fazer cálculos do ciclo menstrual, levando cada vez mais mulheres a optarem pelos métodos mais modernos”, explica o ginecologista Bruno Fernandes Gouveia.
Vantagens da tabelinha
Para o ginecologista, este método possui grandes vantagens em relação aos demais do ponto de vista biológico. “Ele permite que a mulher conheça melhor seu próprio corpo e ainda não apresenta nenhuma contraindicação ou mesmo efeitos colaterais”, explica.
Ainda segundo o especialista, somente o fato de não interferir na produção natural de hormônios do corpo já traz muitos benefícios para a mulher. “São muitos os relatos de quem tomava pílulas anticoncepcionais e não conseguiram se adaptar, por exemplo, bem como os casos onde o contraceptivo gerou efeitos desagradáveis no corpo da mulher, sendo aconselhada a interrupção imediata”, destaca.
“A desvantagem do método tabelinha é que exige muita disciplina para que funcione corretamente”, afirma, lembrando também que a tabelinha também não protege contra a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), reforçando a importância do uso da camisinha.
Ainda de acordo com o especialista, atualmente método é também muito utilizado por mulheres que querem engravidar. “A tabelinha exige que a mulher observe seu ciclo menstrual por um longo período e isso contribui para que ela saiba qual é o seu período fértil. Com isso, se ela quer ou não engravidar, a decisão sobre quando ter a relação sexual deverá ser tomada de acordo com o calendário”, destaca.
Como funciona a tabelinha?
O primeiro passo para se fazer a tabelinha é utilizar o calendário, onde serão anotadas as informações referentes à duração de cada ciclo menstrual, mês a mês, durante um período de 6 a 12 meses. Vale lembrar que o ciclo menstrual se inicia no primeiro dia da menstruação e termina um dia antes do próximo período menstrual.
Com estas anotações em mãos a mulher deve observar qual foi a duração do ciclo menstrual mais longo e também o mais curto. Em seguida, uma conta simples dará a informação mais valiosa para a eficácia deste método: subtraia 11 (dias) do período mais longo e 18 (dias) do mais curto.
O intervalo de dias que se encontra entre os dois resultados é o período fértil da mulher. “Caso ela queira engravidar, este é o momento ideal. Se não for esta a ideia, melhor evitar ter relações sexuais nestes dias, pois os riscos de engravidar são elevados”, explica Gouveia.
Exemplo:
Ciclo mais curto: 27 dias - 18 = 9
Ciclo mais longo: 30 dias -11 = 19
Desta forma, o período fértil da mulher é entre o 9º e o 19º dia do ciclo menstrual.
É importante ressaltar que a consulta de rotina a um especialista é importantíssima para a manutenção da saúde da mulher, momento em que também poderão ser esclarecidas todas as dúvidas sobre métodos contraceptivos e fertilidade.
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