Saiba como funciona o diafragma e os prós e contras deste método contraceptivo
Eficaz na prevenção da gravidez, o diafragma não possui efeitos hormonais. Mas é preciso tomar certos cuidados no seu uso

Em meio a tantos métodos contraceptivos o diafragma se destaca como uma boa alternativa para evitar a gravidez, sem causar impacto hormonal sobre o corpo da mulher. De acordo com o ginecologista Andrei de Farias, o diafragma aparece como uma ótima opção para mulheres com restrições ao uso de pílulas anticoncepcionais.
“O diafragma é o chamado contraceptivo de barreira. Ele não apresenta risco de qualquer efeito hormonal e pode ter seu uso interrompido sem qualquer dano à saúde”, destaca o Dr. Andrei de Farias.
Para quem desconhece o produto contraceptivo, trata-se de uma pequena cúpula rasa, feita de silicone ou látex, que possui as bordas mais firmes, porém flexíveis. O uso do diafragma é intravaginal (deve ser introduzido na vagina), de forma que consegue cobrir o colo do útero e impedir, assim, a passagem dos espermatozoides.
Como utilizar o diafragma
Considerado o método alternativo a quem tem uma relação estável e não pode utilizar a pílula anticoncepcional, o diafragma sofre com o estigma de ser difícil de ser colocado. Mas de acordo com especialistas, a utilização do diafragma é bem simples.
Para tanto, são fundamentais as orientações do ginecologista. Seja para ensinar como se utiliza, seja para ajudar a decidir se o método é realmente o mais indicado à mulher.
Para introduzir o diafragma deve-se seguir os seguintes passos:]
- retirá-lo da caixa;
- escolher uma posição confortável: deitada ou agachada (de cócoras);
- apertar o diafragma nas extremidades (até formar um 8);
- introduzi-lo na vagina, e empurrar com o dedo para que cubra o colo do útero.
Já para retirar o contraceptivo, é indicado esperar pelo menos 8 horas após a última relação sexual, tempo máximo de vida dos espermatozoides na vagina. Então, basta introduzir o dedo indicador (ou indicador e médio para formar uma ‘pinça’) na vagina, identificar as bordas do diafragma com o tato e puxá-lo para fora.
“Apesar de sua eficácia de aproximadamente 90% de proteção contra a gravidez, alguns especialistas indicam o uso associado de espermicidas como o nonoxinol-9, que deve ser adicionado ao diafragma antes de ser introduzido”, reforça o ginecologista.
Cuidados ao usar o diafragma
O especialista explica a importância de ter atenção aos detalhes no uso do diafragma, para que ele não se torne um problema. A primeira orientação é que seja colocado pelo menos seis horas antes da relação sexual.
"O diafragma pode permanecer dentro da mulher por no máximo 24 horas. Essas precauções evitam que espermatozoides que continuaram vivos sigam para as trompas, e também para afastar os riscos de infecções”, ressalta.
Outra preocupação deve ser com a higiene do próprio diafragma. Logo depois de retirado o diafragma deve ser lavado com água fria e sabão neutro. "Pode-se tanto deixar deixar secando naturalmente ou mesmo utilizar uma toalha bem macia e limpa. Depois, é só guardar em sua caixinha até o próximo uso”, afirma Farias.
Vantagens do método de barreira
Entre as principais vantagens do diafragma o especialista destaca a eficácia na prevenção da gravidez e o fato de não possuir efeitos colaterais. O médico enumera outros benefícios deste método contraceptivo, tais como:
- fácil utilização;
- seu uso pode ser iniciado e interrompido de acordo com a necessidade;
- não incomoda o parceiro na maioria dos casos;
- o diafragma tem duração média de até dois anos;
- não oferece riscos de passar para o útero, nem mesmo de se perder no corpo;
- protege a mulher de algumas doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), como as doenças inflamatórias pélvica, clamídia, gonorreia, e tricomoníase;
- alguns estudos ligam o uso do diafragma à prevenção do câncer de colo de útero, uma vez que pode evitar a passagem do HPV
Desvantagens do diafragma
Antes de se decidir por este método é preciso estar atenta às suas desvantagens. Entre elas encontra-se o próprio risco de falha (em torno de 10%), além da necessidade de que seja higienizado após cada uso. O ginecologista Andrei Farias ainda aponta ainda outras razões contra o uso do método:
- não oferece proteção contra todas as doenças sexualmente transmissíveis;
- ao ganhar peso, a mulher deverá reavaliar o tamanho do diafragma;
- não pode ser usado no período menstrual;
- pode gerar irritações na vagina, principalmente em caso de uso contínuo;
- oferece risco de infecções caso a higiene não seja feita de forma adequada.
O mais importante, segundo o ginecologista, é avaliar com o especialista qual é o melhor tipo de anticoncepcional para cada caso, como forma de atingir o máximo de eficácia e conforto.
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