Quando o bebê começa a falar, como os pais podem incentivar a fala?
Saiba como estimular uma boa comunicação das crianças desde quando o bebê começa a falar as primeiras palavras
As primeiras palavrinhas dos filhos são sempre um motivo para comemorar. Por vezes, até de disputa. Afinal, quantos pais não vemos por aí dizendo que a primeira palavra foi papai ou mamãe? Mas independente de cada um advogar em causa própria, quando o bebê começa a falar, mesmo que ainda não se entenda o que ele diz, já é hora de incentivar a comunicação dos pequenos.
“Após os seis meses a criança geralmente inicia experimentações com sons vocálicos (por exemplo: aaaaaa). Depois estes sons se tornarão balbucios com repetições silábicas (exemplo.: papá, mamá). O adulto começa a nomear estes balbucios, dando um significado a estes sons, validando esta linguagem (exemplo: ‘você quer mamá?’ ‘ele disse mamá’). E e a partir daí o leite passa a ser ‘mamá’”, conta a fonoaudióloga Dani Damasceno.
Embora não exista uma ‘idade certa’, aos 16 meses é quando o bebê começa a falar, em geral. Nesta fase, ele já é capaz de ter um vocabulário de mais ou menos 150 palavras. Mas especialistas ratificam que isso não é uma regra. O desenvolvimento é muito diferente de uma criança para a outra.
“Ela pode chegar aos 16 meses falando 20 palavras, por exemplo, e não ter um atraso no desenvolvimento da linguagem. No entanto, existem crianças que chegam aos 18 meses e ainda estão na fase de balbucios. Neste caso, podemos considerar que esta criança está com um atraso significativo”, alerta a fonoaudióloga.
O importante é procurar um fonoaudiólogo o quanto antes, caso a família tenha alguma dúvida em relação ao desenvolvimento da criança.
Evite o tatibitate quando o bebê começar a falar
A quantidade de estímulos que a criança recebe também irá interferir diretamente na evolução de sua linguagem. Nesse momento o papel dos pais ou cuidadores torna-se fundamental a partir de quando o bebê começa a falar e durante toda a infância. Conversar sempre com as crianças e evitar falar usar a linguagem infantil conhecida como tatibitate são as dica da especialista.
“A criança aprende a falar pela imitação do que ouve. Por esta razão é necessário que ela esteja em um ambiente onde perceba que os adultos se interessam em comunicar-se com ela. É importante também falar as palavras corretamente quando o bebê começa a falar, já que a criança aprenderá a falar exatamente como falamos”, reforça a fonoaudióloga Dani Damasceno.
A especialista reforça ainda que até os 4 anos, não é necessário o corrigir a fala ‘errada’ da criança, e sim apenas mostrar o modelo correto. Quando o bebê começa a falar ele ainda não consegue verbalizar da forma correta e está aprendendo a prosódia e inflexão de fala. Caso passe este período, e ela não tenha aprendido todos os fonemas ainda, é necessário procurar um profissional de fonoaudiologia.
Chupeta ou mamadeira retardam a fala?
Segundo a fonoaudióloga Dani Damasceno, o hábito de chupeta, mamadeira ou chupar dedo não irão retardar a fala nem vão definir quando o bebê começa a falar ou não. Mas, a partir dos dois anos de idade, o uso destes objetos prejudicam o posicionamento da língua, órgão fundamental para a articulação das palavras.
Caso a criança continue a fazer o uso dos objetos de transição a ainda nesta idade, quando o bebê já começa a falar, sua articulação poderá ser muito prejudicada no futuro, em função de deglutição atípica (alteração do padrão normal da deglutição) ou desvios fonológicos (trocas de fonemas na fala).
O ideal é que estes objetos de transição sejam reduzidos aos dois anos e extinguidos até os três, podendo ser substituídos por uma fralda ou um brinquedo, por exemplo.
“Aos três anos a criança já é capaz de manter-se regulada e acomodada sem estes elementos. Ela já é capaz de compreender e expressar a linguagem a ponto de solucionar seus problemas sem seus objetos de transição. Eles podem ser utilizados ocasionalmente, não como um hábito regular”, completa a fonoaudióloga.
Caso a criança tenha muita dificuldade na retirada da chupeta, dedo ou mamadeiras, é importante que os pais procurem orientação de um profissional psicólogo. “É preciso entender o que está dificultando o desapego da criança a estes objetos e obter orientações de como ajudá-la para que sua deglutição e fala não sejam prejudicadas no futuro”, conclui Dani Damasceno.
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