Saiba mais sobre o vitiligo, doença caracterizada pela perda de coloração da pele
Patologia autoimune, o vitiligo afeta a aparência e pode causar problemas de autoestima em quem sofre da doença
O vitiligo é uma doença autoimune, caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou ausência de melanócitos (as células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados. As manchas aparecem em geral em mãos, pernas, pescoço e rosto, podendo afetar a autoestima.
“As causas da doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas fenômenos autoimunes parecem estar associados ao vitiligo. Além disso, alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença”, conta a médica dermatologista Betina Stefanello.
A médica explica que doença autoimune é quando as próprias células do organismo produzem anticorpos contra si mesmo. Há outras doenças que se manifestam através de manchas ou falta de coloração na pele.
“Mas as manchas do vitiligo se diferem das de outras doenças por não apresentarem sintomas, serem comuns nas extremidades e por apresentarem pelos brancos”, esclarece a médica. No caso da psoríase, que pode apresentar falta de coloração e mudança de pigmentação, há também coceira e descamação.
Tratamento vitiligo
Existem diversas opções terapêuticas para tratar do vitiligo. Entre eles, os mais comuns são esteroides, PUVA/UVB (também chamada de fotoquimioterapia, feita com radiação ultravioleta), micropigmentação e imunomoduladores. Estes tratamentos variam conforme o quadro clínico de cada paciente.
O dermatologista é o profissional mais indicado para realizar o diagnóstico e tratamento da doença. “O tratamento do vitiligo ainda é um grande desafio, uma vez que há muitas teorias que tentam explicar a doença e muitas ainda a serem propostas”, diz a dermatologista.
A médica ressalta ainda que o vitiligo não é contagioso e não traz prejuízos à saúde física. No entanto, as lesões provocadas pela doença impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente. “Nesses casos, o acompanhamento psicológico deve ser recomendado”, acrescenta a médica.
Deve-se evitar os fatores que possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes. Quem sofre de vitiligo deve evitar o uso de vestuário apertado, ou que provoque atrito ou pressão sobre a pele.
“É importante diminuir a exposição solar. Controlar o estresse é outra medida bem-vinda”, alerta a dermatologista Betina Stefanello.
Remédio cubano, esperança contra o vitiligo
Notícias recentes apontam que Cuba descobriu cura para o vitiligo. Segundo a dermatologista, a substância chamada melagenina foi primeiramente usada em Cuba, em 1970, para o tratamento do vitiligo, psoríase e alopecia.
“Trata-se de um extrato hidroalcoólico de placenta humana cujo agente ativo é a alfa-fetoproteína produzida a partir da placenta com 95% de etanol”, explica a médica.
A especialista conta ainda que o primeiro estudo, foi realizado entre 732 pacientes com vitiligo, mostrando que 84% deles obtiveram repigmentação total (volta da cor natural da pele nas áreas manchadas), ou seja, as regiões manchadas voltaram à cor natural da pele.
Esses resultados, porém, não puderam ser repetidos, e houve questionamento de sua validade científica. Em um segundo estudo, somente 31% de 200 pacientes retornaram à pigmentação total da pele.
Outras pesquisas realizadas em outras partes do mundo com, como nos Estados Unidos, ainda não confirmaram os benefícios demonstrados pelos pesquisadores cubanos e isso ainda impede a comercialização de medicamentos contra o vitiligo. No entanto, a comunidade médica-científica tem esperança de que se esteja próximo da cura da doença.
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