A dislexia pode afetar a aprendizagem do seu filho
Saiba como identificar os sinais de dislexia e evitar que o problema se agrave
A dislexia é um distúrbio de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizado por uma dificuldade na decodificação da leitura. A dislexia independe de vontade, preguiça, falta de interesse ou má alfabetização da escola. É como se ocorresse uma falha no caminho das informações no cérebro, impedindo o entendimento correto das letras na construção das palavras.
“O diagnóstico de dislexia é clínico, ou seja, não há exames que possam ser feitos, como ressonâncias magnéticas, tomografias ou algo assim. É também um diagnóstico de exclusão, sendo importante que causas físicas, como problemas oftalmológicos e auditivos sejam descartados”, explica Viviane Rossi, psicologa especialista em criança e adolescente.
Atenção aos sintomas
Geralmente, uma equipe multidisciplinar composta por neurologista, neuropsicólogo, psicopedagogo e fonoaudiólogo avalia a criança a partir de alguns sintomas. Os mais comuns são:
- atraso na aquisição da linguagem;
- dispersão excessiva;
- dificuldade na leitura de palavras simples para a idade;
- desinteresse por livros;
- falhas em organização de sequências;
- confusão com lateralidade (direita/esquerda),;
- trocas, substituições ou omissões de letras;
- dificuldades com ritmos, canções e coordenação motora global.
Pais e professores devem estar atentos, principalmente às dificuldades apresentadas pelas crianças em relação à leitura e escrita. Estas dificuldades podem retardar o aprendizado infantil e afetar a autoestima da criança.
Uma vez apresentados os sintomas, a criança com dislexia deve ser acompanhada fundamentalmente por neuropediatra, fonoaudiólogo e psicopedagogo.
Para o bom desenvolvimento da criança com dislexia, é importante que a família, a escola e os profissionais que a assistem possam trabalhar juntos, com coesão de objetivos. “Nos casos em que a autoestima for prejudicada, indica-se também o acompanhamento psicológico”, recomenda a especialista.
Dislexia sem preconceitos
A fim de não criar mitos ou preconceitos em relação ao distúrbio, os pais devem buscar informações sobre a dislexia. “Jamais devem nomear as crianças com termos pejorativos como preguiçosa, burra, analfabeta, etc. As dificuldades provenientes da dislexia não dependem do controle da criança”, alerta a Dra. Viviane Rossi.
Em sala de aula, o professor deve colocar o disléxico para sentar-se próximo a ele, para receber os auxílios cabíveis, repetir informações, dar tempo suficiente para conclusão das atividades, incentivar o uso de computadores e outros aparelhos eletrônicos como ferramenta para digitação e estudo.
O ideal é que a escola seja inclusiva, que adote uma avaliação diferenciada para as crianças que apesentem dislexia. Mas caso isso não seja possível, em casa, os pais podem auxiliar nos estudos utilizando técnicas de criatividade, memória, imagens, jogos e até música.
Outra orientação importante ao pais é cuidar da autoestima dos filhos. O incentivo à prática a prática de atividades físicas favorecem o desenvolvimento da coordenação motora. Também é importante promover outras formas de aquisição de cultura, como visita a museus, cinemas, exposições e até mesmo brincadeiras infantis mais criativas.
Dislexia digital existe?
Muitos pais também se perguntam se o uso de aparelhos eletrônicos e a inclusão digital do mundo moderno podem afetar ou não o problema. Segundo especialistas, tudo que envolve tecnologia ainda é muito novo e carece de estudos.
“Ainda não é possível afirmar com segurança que a dislexia digital exista efetivamente, mas as maneiras de aprender a ler, escrever e atuar no mundo estão mudando constante e rapidamente”, diz a psicóloga.
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