Saiba tudo sobre alimentos orgânicos
Principal razão para se consumir alimentos orgânicos é o fato de estarem livres de substâncias químicas tóxicas
Cada vez mais comum nos mercados e feiras espalhadas nas grandes cidades, os alimentos orgânicos vêm conquistando um maior número de adeptos ao consumo. A preocupação com a alimentação saudável e os diversos estudos apontando a relação entre doenças e os hábitos alimentares são as principais causas do aumento da procura.
Para saber se os produtos disponíveis em diversos mercados ou feiras referenciadas são orgânicos, o governo brasileiro criou, em 2011, um selo (veja imagem abaixo) indicando que aquele alimento foi cultivado de maneira especial, livre de agrotóxicos e produzido em solo trabalhado – aquele sem nenhum resíduo químico de cultivos anteriores.
Em relação a carnes vermelhas, aves e peixes o outros produtos comestíveis de origem animal, são considerados orgânicos os alimentos provenientes de criações na qual não se usou hormônios de crescimento, anabolizantes ou outras drogas.
O selo só não precisa ser usado no caso de venda direta via agricultor. Mas o consumidor final pode solicitar um documento comprovando que o produtor é cadastrado no Ministério da Agricultura como cultivador de alimentos orgânicos.
Comida orgânica é mais saudável
De acordo com especialistas, não existe diferença do ponto de vista nutricional entre alimentos orgânicos e os produzidos com uso de agrotóxicos. Em contrapartida, frutas, folhas, legumes e alimentos de origem animal cultivados dentro dos preceitos biológicos são mais saudáveis do que os alimentos considerados não-orgânicos.
Em relatório publicado ano passado, o Conselho Deliberativo da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), considera que o consumo de alimentos contaminados com agrotóxicos pode ser responsável por diversos cânceres, além de alterações neurocomportamentais e outras doenças causadas por intoxicação ou má formação congênita.
Segundo conselheiros da Abraco, existem mais de 500 componentes nos princípios ativos dos agrotóxicos que, dependendo da quantidade usada, podem, literalmente, envenenar um ser humano. A ausência completa destes componentes venenosos em alimentos orgânicos seria, de acordo com a instituição, razão suficiente para consumi-los.
O preço de uma alimentação saudável
O que ainda freia o consumo em massa dos produtos orgânicos é o preço. Em média, estes produtos podem custar até duas vezes mais que os alimentos produzidos com defensivos agrícolas ou hormônios. O encarecimento se justifica pelo sistema de produção.
Para se ter uma ideia, uma das exigências para a concessão do selo de alimento orgânico é que a área de cultivo do alimento seja isolada, com hectares de terra improdutiva ao redor. Isso elimina a possibilidade de contaminação de uma terra que use agrotóxico para a outra, onde se cultiva alimentos sem essa substância. O agricultor de alimentação biológica precisa, portanto, ter o dobro de terra para produzir menos que um agricultor que use aditivos químicos.
Em seu livro Alimentos Orgânicos: ampliando os conceitos de saúde humana, ambiental e social (Editora Senac), a pesquisadora Elaine de Azevedo defende que o consumidor, ao buscar mais e ao querer mais alimentos livres de agrotóxicos e hormônios, poderá forçar o preço a baixar. Elaine compara o mercado de produtos tecnológicos com o de alimentos, citando que laptops acabaram custando menos porque mais gente passou a comprar.
Higiene dos alimentos orgânicos
Apesar de serem mais saudáveis por não conterem substâncias químicas tóxicas, os alimentos orgânicos estão sujeitos a receberem impurezas de ordem natural. Em plantações há insetos, que podem contaminar as plantas com matérias orgânicas, que também causam doenças.
Então, não é pelo fato de o alimento ser orgânico que ele deve ser consumido sem os cuidados básicos de higienização. Frutas, verduras e legumes devem ser lavados sempre antes de serem consumidos. Principalmente aqueles que se comem a casca ou são ingeridos crus.
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