Não gostei do beijo dele, e agora?
O beijo na boca nem sempre é bom logo na primeira vez, mas isso não quer dizer que tudo esteja perdido
Quando a analista de mercado financeiro Daniela Ramos (o nome foi trocado a pedido da personagem) beijou pela primeira vez seu atual namorado, ela achou que não seria possível aquela relação dar certo.
“Ele não abria muito a boca, a língua ficava parada e não tinha muita intensidade. Pensei imediatamente: se o beijo é ruim, não nos daremos bem no sexo”, conta a analista, que ficou decepcionada nesse primeiro encontro. São vários os motivos que podem classificar um beijo na boca como não sendo bom.
“O beijo na boca pode ser considerado como a alma do sexo para alguns e como apenas um detalhe que faz parte da relação sexual para outros. Mas não deve ser generalizada a ideia de que se o beijo não é bom o sexo irá pelo mesmo caminho”, aconselha Rosenilda Moura Silva, psicóloga especialista em terapia sexual e sexóloga.
Após o primeiro beijo sem graça, Daniela parou para refletir. O rapaz tinha as qualidades com as quais sempre sonhara: era um homem inteligente, com objetivos de vida semelhantes ao dela, atraente, romântico, disposto a se relacionar e com planos de casar e ter uma família. A analista de mercado resolveu dar uma chance.
Beijo na boca pode ser ajustado
Com mais de 30 anos de prática como sexóloga, Rosenilda Moura Silva já teve pacientes com queixas a respeito de parceiros que não gostavam de beijar na boca, ou beijavam mal. “A prática do beijo que não ‘bate’ pode ser ajustada, desde que ambos desejem isto. A minha dica consiste em uma palavrinha mágica chamada diálogo”, orienta a sexóloga.
Foi o que fez Daniela Ramos. “Achei que não poderia perder aquele ‘príncipe’ e resolvi conversar com ele e mostrar que talvez pudéssemos melhorar o nosso beijo na boca”, decidiu Daniela. É claro que a conversa não foi das mais prazerosas. Hoje juntos há mais de dois anos, o namorado recebeu mal a crítica sobre sua maneira de beijar.
“Mas depois ele foi entendendo e aquilo passou a virar uma brincadeira erótica nossa. Hoje posso afirmar que funciona muito bem nosso beijo na boca e nossa vida sexual também”, conclui Daniela.
A experiência do beijo pode melhorar a partir do compartilhamento das experiências e do diálogo sobre a questão. É mais eficaz tocar no assunto com delicadeza. Dizer simplesmente 'eu não gosto de seu beijo na boca' pode reprimir. O melhor é ir propondo maneiras de beijar.
O parceiro que não gosta do beijo deve propor algo como 'vamos experimentar beijar desse jeito?'. Assim, o casal se aproxima e o 'ajuste' do beijo na boca acaba funcionando, numa analogia, como afinar um instrumento: os sons saem um pouco desarmônicos no começo, mas no fim a melodia estará tom certo.
O importante também é ressaltar que não existe um tipo de beijo certo ou errado. “Não há uma “receita de bolo” que dê conta da complexidade que envolve a sexualidade humana”, ressalta a sexóloga. Portanto, cada casal pode criar sua fórmula própria do beijo na boca perfeito.
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