Mulheres são mais infectadas por AIDS através de relações heterossexuais
Dados do Ministério da Saúde mostram que mais de 80% das mulheres infectadas por HIV são contaminadas em relações sexuais com parceiros homens
De acordo com o último Boletim Epidemiológico de AIDS e DST, divulgado pelo Ministério da Saúde, dos cerca de 757 mil casos de AIDS registrados no Brasil entre 1980 e junho de 2014, 265.251 foram em mulheres.
As mulheres portadoras de HIV no Brasil representam 35% dos casos registrados até meados do ano passado. Deste total, em 86,8% dos casos a contaminação pelo vírus HIV decorreu de relações heterossexuais, como mostra a última pesquisa qualitativa feita pelo governo em 2012.
Não existe grupo de risco para AIDS
Os dados acendem o alerta sobre a necessidade de prevenção como única forma de evitar a AIDS. E também deixa evidente que não existe mais os chamados ‘grupos de risco’ quando se trata de contaminação por HIV.
“Todo mundo pode pegar AIDS. Não existe mais grupo de risco. A maioria das pessoas que pegou AIDS no ano passado era heterossexual e não se achava sob risco”, alerta Mônica Jacques de Moares, infectologista da Unicamp e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Mulheres vulneráveis ao HIV
“O heterossexual, principalmente o heterossexual mais velho, resiste a fazer o exame. E o diagnóstico nesses casos é bem tardio, o que atrapalha o tratamento”, completa a infectologista.
A população mais velha, na faixa dos 45 em diante, e que não tem preocupação de contracepção, está deixando a camisinha de lado. E isso deixa a mulher em uma posição de vulnerabilidade.
Como se prevenir contra AIDS
De acordo com as orientações do Ministério da Saúde, o vírus causador da AIDS pode ser transmitido através do contato com o sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno de quem está contaminado.
Toda mulher deve ter em mente que a transmissão do HIV pode acontecer de várias formas. Portanto, é importante saber quais são as principais vias de contágio:
- Sexo sem camisinha. A contaminação pode se dar através de sexo vaginal, anal ou oral. Portanto, qualquer prática sem preservativo é arriscada;
- Gestação. A mãe infectada pode transmitir para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação - também chamado de transmissão vertical;
- Seringas descartáveis. O uso da mesma seringa ou agulha contaminada por mais de uma pessoa é uma via de contaminação por HIV;
- Transfusão de sangue contaminado com o HIV;
- Instrumentos que furam ou cortam, não esterilizados. Dentre eles alicates de unha.
O mais importante para quem se expôs ao risco é fazer o exame, após três meses do contato com alguma via possível de contaminação.
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