Aeróbico em jejum: conheça as vantagens e riscos ao praticar
Capaz de acelerar a queima de gordura, atividade feita de estômago vazio pode prejudicar a saúde, se não for feito da maneira correta
Muito se fala sobre a prática de exercício aeróbico em jejum (AEJ), o que vem servindo de alerta para profissionais de educação física. Isso porque muitas pessoas ouvem dizer que a modalidade aumenta a queima de gordura e leva ao emagrecimento em curto prazo, mas o fazem sem a orientação e acompanhamento de um profissional.
O educador físico Mateus Oliveira explica que isso pode gerar um efeito contrário. “Quando acordamos, os níveis de glicose estão baixos por causa do jejum noturno. Se o corpo não encontra glicose para utilizar como energia, a opção é queimar massa muscular magra, uma vez que está mais disponível do que a gordura”, explica Oliveira.
Isso acontece pelo fato de que a queima de gordura não acontece de maneira rápida o bastante para oferecer toda a energia que o corpo precisa para a atividade. “Outro risco é que, com isso, os níveis de açúcar no sangue caiam, impedindo a continuidade da atividade, além de provocar mais fome durante todo o dia”, alerta o especialista.
Vale a pena praticar aeróbico em jejum?
Sob a ótica do gasto calórico médio, que fica em aproximadamente 20% a mais do que quando se pratica uma atividade após o café da manhã, por exemplo, vale a pena sim. Além de uma queima de gordura superior ao normal, ela continua acontecendo nas 24 horas seguintes.
Mas o que deve pesar não é somente isso. “Tudo vai depender da situação de cada um, se convém ou não praticar, pois não podemos generalizar. Também é preciso saber qual é o objetivo da pessoa com esta prática”, reforça o educador físico.
Aeróbico em jejum não é para sempre
O primeiro passo a ser dado por quem quer praticar aeróbico em jejum é procurar um profissional capacitado para que ele faça uma avaliação completa da situação. É ele que possui o conhecimento e as informações necessárias para que a atividade possa ser realizada com segurança e se alcance os objetivos.
É importante lembrar que mesmo sob orientação de um profissional, a prática de aeróbico em jejum não deve ser tomada como uma atividade de rotina, pois isso pode trazer problemas no longo prazo. “Ela pode ser praticada em um período determinado, com um intervalo de pelo menos duas semanas para que o corpo possa se recuperar”, alerta.
Uma opção interessante é em vez de praticar uma atividade em jejum, é fazer uma alimentação bem leve antes, como tomar um suco natural, comer uma fruta, uma fatia de pão integral, ou mesmo tomar um suplemento. “Isso ajuda a evitar o chamado catabolismo, que é a perda de músculos, durante a atividade”, afirma Oliveira.
Vale lembrar que pessoas com diabetes, que fazem uso de insulina ou mesmo quem sofre de hipoglicemia, devem evitar a prática de aeróbico em jejum. Isso porque os exercícios sem alimentação podem baixar ainda mais as reservas de glicose e levar a uma hipoglicemia severa.