Varizes pélvicas causam dores abdominais e atrapalham vida sexual das mulheres
Também conhecida como varizes ginecológicas, problema afeta órgãos genitais femininos e pode ser tratado com remédios ou cirurgia
Veias dilatadas ao redor dos órgãos pélvicos, como útero, trompas e ovários, caracterizam o problema de varizes pélvicas, ou varizes ginecológicas. Similar à varicocele, insuficiência venosa na região genital masculina, a doença causa fortes dores abdominais nas mulheres e um grande desconforto na vagina - causando sofrimento até para sentar ou fazer sexo.
Na anatomia feminina, as veias gonadais ou ovarianas (localizadas no útero e plexo uterino) são de extrema importância para a drenagem venosa da pelve. "Quando elas (as veias) se tornam insuficientes, irão resultar na formação de veias dilatadas e dolorosas: as varizes pélvicas”, esclarece o ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein e Clínica Chazan, Dr. Franco Chazan.
O grande número de varizes pélvicas pode evoluir para uma doença denominada síndrome da congestão pélvica. “Seus principais sintomas estão relacionados com a dor pélvica crônica, também durante e depois da relação sexual”, explica a ginecologista Mayra Fontainhas, do Hospital Oeste D’Or.
Sintomas e tratamentos das varizes pélvicas
No geral, as mulheres que sofrem com a doença costumam apresentar os seguintes sintomas:
• dor na parte inferior do abdômen que piora no final do dia;
• dor durante e, principalmente, após o ato sexual;
• sensação de peso na região íntima;
• aumento do fluxo menstrual;
• veias dilatadas na vulva e vagina;
• incontinência urinária (perda de urina).
O tratamento inicial das varizes pélvicas consiste na terapia medicamentosa oral, utilizando-se remédios à base de progesterona e/ou flebotômicos. Essas medicamentos diminuem a quantidade de sangue no interior das veias pélvicas e, consequentemente, reduzem a dilatação das veias.
Os remédios normalmente melhoram os sintomas, mas nem sempre são efetivos para acabar com o problema. “E é aí que a ginecologia e a cirurgia vascular/endovascular devem trabalhar juntas”, afirma o Dr. Chazan.
A ginecologista do Hospital Oeste D’Or corrobora. Segundo a Dra. Mayra Fontainhas, caso a terapia oral seja ineficaz ou contraindicada, o tratamento cirúrgico endovascular, através de cateterismo e embolização é indicado. “Nos casos de síndromes obstrutivas, o tratamento é feito com angioplastia ou colocação de stents nas veias comprimidas”, completa a médica.
O que causa varizes pélvicas?
Não há estudos clínicos que comprovem causas específicas para o desenvolvimento da patologia. Mas alguns quadros fisiológicos podem favorecer o desenvolvimento da síndrome.
Segundo os especialistas, os principais fatores de risco para o surgimento de varizes pélvicas são:
• hereditariedade (tendência genética);
• gravidez (aumento da pressão nos vasos pélvicos);
• episódios de trombose venosa prévios.
“Geralmente, o principal motivo é genético, devido ao enfraquecimento das paredes e das válvulas das veias pélvicas. Isso dificulta a drenagem venosa da região pélvica, aumentando a pressão e causando a dilatação das veias”, diz a Dra. Mayra.
“A dilatação das veias na pelve ocorre pelo mesmo motivo que a dilatação das veias nas pernas (varizes): a falha de suas válvulas e o aumento da pressão venosa”, completa o Dr. Chazan.
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