Incontinência urinária: conheça as causas e os tratamentos

Urologista sugere mudanças no estilo de vida, medicamentos e, em algumas situações, intervenção cirúrgica para tratar esta condição

Predominante nas mulheres, incontinência urinária é caracterizada pela perda da urina.

Urinar ao tossir, espirrar, dar risada, pular ou fazer outros esforços como praticar exercício físico ou carregar peso são sintomas da incontinência urinária, um mal que afeta 5% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a estimativa é de que 10 milhões de pacientes sofram de incontinência, sendo as mulheres as mais afetadas com a doença. 
 
De acordo com o Dr. Cristiano Gomes, Urologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, a doença é caracterizada pela perda involuntária da urina. Segundo o especialista, existem diferentes tipos de incontinência urinária. As mais frequentes são: 
 
  1. Incontinência de urgência: Esse tipo de incontinência é associada ao desejo repentino e incontrolável de urinar, fazendo com que a pessoa tenha de que ir ao banheiro urgentemente. Muitas vezes, pode não chegar a tempo e urinar no caminho. 
     
  2. Incontinência de esforço: Mais comum em mulheres, a incontinência urinária por esforço ocorre quando a pessoa perde urina ao tossir, espirrar ou fazer outros esforço. Isso ocorre porque o músculo que segura a urina (esfíncter uretral) está enfraquecido. Em homens, ocorre com maior frequência naqueles que foram submetidos à cirurgia para tratamento de câncer da próstata


Quais são as causas da incontinência urinária?

Segundo o Dr. Cristiano, a incontinência de urgência na maioria das vezes é idiopática, isto é, sem uma causa conhecida. “Sabe-se que é mais frequente com o aumento da faixa etária e em pessoas que apresentem doenças neurológicas. Homens com aumento da próstata também têm mais chance de apresentar este tipo de incontinência”, explica o médico. 
 
Já a incontinência urinária de esforço está relacionada a predisposição genética, multiparidade, cirurgias ginecológicas, além de doenças como obesidade e diabetes
 
Para descobrir se o paciente está com algum destes tipos de incontinência, deve-se realizar um diagnóstico clínico, baseado nos sintomas do paciente. “Por vezes, é necessário realizar exame de urina ou ultrassom, e, em casos mais complexos, outros exames podem ser necessários”, esclarece Cristiano. 
 

Como tratar a incontinência urinária?

Mudanças no estilo de vida representam um grande passo no tratamento da incontinência urinária. O médico sugere exercícios físicos para o assoalho pélvico, além de medicamentos. Casos mais graves ou que não tenham respondido às medidas mais simples podem necessitar de intervenção cirúrgica, que geralmente é minimamente invasiva. 
 
Para a incontinência de esforço na mulher, a cirurgia – chamada de sling – consiste no implante do pequeno anel em volta da uretra, totalmente contido no corpo e imperceptível, que passa a ser o responsável pelo controle da urina. 
 
Para homens com incontinência urinária de esforço, existem duas alternativas principais: a implantação de um esfíncter artificial ou as cirurgias de sling, semelhantes à realizada nas mulheres. "Os slings são mais recomendados nos casos de incontinência urinária leve e o esfíncter artificial nos casos de incontinência moderada a grave", esclarece o urologista. 
 
Por fim, o profissional alerta que para evitar a incontinência urinária é importante manter um estilo de vida saudável, com dieta balanceada, evitar excesso de peso e praticar atividade física regular. 
 
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