Anorexia: conheça as causas e os sintomas deste transtorno
Transtorno alimentar atinge, em 90% dos casos, meninas adolescentes e mulheres jovens e pode até levar à morte

Uma das modelos mais famosas do Brasil, Isabella Fiorentino, revelou recentemente que já sofreu de anorexia, transtorno psiquiátrico que apresenta a maior taxa de mortalidade ao ano. A anorexia nervosa, em 90% dos casos, atinge meninas adolescentes e mulheres jovens, podendo levar até à morte.
Segundo a Dra. Cybelle Weinberg, autora do livro Psicanálise de Transtornos Alimentares, da Primavera Editorial, a anorexia é caracterizada por um medo excessivo de engordar, intensa preocupação com o peso e distorção da imagem corporal. "Pessoas com esse transtorno, apesar de estarem extremamente magras, se acham e se veem gordas", explica a especialista.
Quais são as causas da anorexia nervosa?
Ainda de acordo com a psicanalista, não existe uma causa única para o desenvolvimento da anorexia, por isso o transtorno é considerado multifatorial. Entretanto, três pontos podem contribuir para o seu surgimento: os fatores predisponentes, precipitantes e mantenedores:
- Os fatores predisponentes são genéticos, culturais (pressão da moda e da mídia pela magreza), familiares (famílias superprotetoras, rígidas e com tendência a evitar conflitos) e psicológicos (traços de perfeccionismo, introversão, dificuldade em expressar sentimentos).
- Os fatores precipitantes podem ser o início de uma dieta, situações de separação e perdas ou mesmo o bullying.
- Os fatores mantenedores podem ser as distorções cognitivas e de imagem corporal, alterações psicológicas assilm como os elementos culturais, como a valorização de um corpo magro pela sociedade.
“Se vitrines e capas de revista exibem modelos esqueléticas e proclamam que aquilo é bonito, como convencer uma anoréxica – que além de tudo se vê gorda – a mudar o seu comportamento?”, questiona Cybelle.
De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, muitas vezes a anorexia surge quando passa-se por momentos conturbados, como separação, perda de emprego, perda de um parente ou mudança de cidade. No início, os sintomas são pouco perceptíveis, pois o anoréxico finge estar se alimentando e chega a usar roupas largas.
Assim como quem sofre de bulimia, os anoréxicos têm obsessão pela magreza. A diferença é que a bulimia provoca refluxos, enquanto na anorexia a pessoa se recusa a comer. Em um estágio mais avançado, mesmo estando muito abaixo do peso e com os ossos à mostra, o anoréxico ainda se acha gordo e quer emagrecer mais. Este tipo de transtorno costuma estar ligado à depressão e também provoca reações no organismo e nas funções fisiológicas, como interrupção do ciclo menstrual.
Como é feito o diagnóstico da anorexia?
Segundo a psicanalista, o diagnóstico clínico deve levar em conta os seguintes comportamentos:
- emagrecimento em um curto espaço de tempo,
- obsessão pela alimentação e pelo peso corporal,
- distorção da imagem corporal (preocupação excessiva com algum defeito corporal mínimo ou que nem existe),
- irritabilidade,
- prática exagerada de exercícios físicos,
- isolamento social.
Já o tratamento, deve ser multidisciplinar, envolvendo várias especialistas: psiquiatra, nutricionista, psicólogo e terapeuta familiar. “Não existe medicação específica para o tratamento, mas às vezes o antidepressivo é recomendado nos casos em que uma depressão se associa ao quadro”, explica a expert.
O não tratamento pode trazer complicações clínicas como:
- desnutrição e desidratação,
- hipotensão (diminuição da pressão arterial),
- amenorréia (suspensão da menstruação),
- osteoporose,
- infertilidade (em casos crônicos).
É possível prevenir a anorexia?
Levando em conta que uma dieta rigorosa pode funcionar como fator desencadeante de um transtorno alimentar, como também ocorre na compulsão alimentar, a primeira dica da especialista é evitar dietas milagrosas, substituindo-as por uma reeducação alimentar.
A família, explica a psicanalista, também pode ajudar muito na prevenção do transtorno. “Ao invés de criticar e cobrar da filha que ela perca peso, reduzindo a ingestão de alimentos, incentive-a a praticar esportes, levar uma vida saudável e aceitar o próprio corpo”, finaliza Cybelle.
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