Epilepsia: conheça as causas das crises convulsivas
Paciente deve fazer uso regular de medicações, além de ter uma vida regrada, evitando o sono irregular e o consumo de álcool
Ter crises de forma repetida: essa é uma das tentativa de definir a epilepsia. Entretanto, explicar a doença de maneira precisa e científica ainda é matéria de muito debate entre especialistas. Atualmente, sabe-se que quem sofre da doença tem uma predisposição maior para apresentar crises epilépticas, com suas consequências na saúde física, social e psicológica.
De acordo com o Dr. Carlos Henrique Uribe Valencia, neurologista do Hospital Brasília, uma crise epiléptica é resultado de uma atividade exagerada do cérebro que produz sinais e sintomas súbitos e transitórios, que podem ser variados dependendo de quais partes do cérebro são afetadas.
Esses sinais da crise convulsiva mencionados pelo especialista incluem abalos musculares repetitivos, perda e lapsos de consciência, posições anormais do pescoço ou tronco, alucinações (geralmente visuais), dores abdominais, vômitos, mordedura de língua, dificuldade para respirar, quedas, alteração súbita do comportamento e movimentos estereotipados repetitivos e aparentemente fora de contexto, como mastigação, coçar o nariz, fazer caretas, esfregar as mãos, fala repetitiva, entre outros.
O que pode causar a epilepsia?
A causa é muitas vezes desconhecida, mas, em geral, a epilepsia pode ser consequência de:
- uma lesão direta do cérebro como um AVC;
- problemas durante o parto;
- tumores, trauma ou infecções;
- malformações cerebrais;
- algumas síndromes genéticas.
Já as crises, explica o neurologista, podem ser desencadeadas por todos esses motivos, ou também por outra condição de saúde que faça com que as células do cérebro não funcionarem normalmente, como alteração dos níveis de açúcar, sódio e cálcio no sangue ou disfunção do fígado e dos rins, por exemplo. “Nestes casos, como não se trata de uma disfunção permanente do cérebro, dizemos que a pessoa apresentou uma crise epiléptica secundaria”, explica Carlos.
Como faço para saber tenho epilepsia?
O diagnóstico é feito pelo médico, levando em consideração as manifestações das crises e outros dados fornecidos por familiares ou pelo próprio paciente. De qualquer forma, é necessário realizar exame clínico neurológico completo para confirmar a doença.
“É importante fazer um exame complementar chamado eletroencefalograma, que analisa a atividade elétrica cerebral. Também é indispensável realizar exames de imagem do cérebro para tentar esclarecer a causa”, explica o especialista.
Como conviver com a doença?
Uma vez definido que a pessoa realmente tem epilepsia, deve ser iniciado um tratamento específico, que tem como objetivo fazer com que o paciente consiga levar uma vida normal, ou pelo menos melhorar a qualidade de vida. “A parte central do tratamento é o uso de medicações chamadas antiepilépticas ou anticonvulsivantes, que diminuem a chance de apresentar novas crises”.
O médico ressalta que o tipo de medicação deve ser cuidadosamente escolhido em cada caso, levando em consideração vários fatores, como tipo de crises, outras doenças concomitantes, sexo, idade, efeitos indesejados, etc. Além do uso regular das medicações, é importante que o paciente com epilepsia tenha uma vida regrada e equilibrada. “Privação ou irregularidade do sono, uso de álcool, uso de outras medicações sem prescrição medica, podem piorar as crises”, alerta.
Em alguns poucos casos selecionados, o tratamento da epilepsia inclui a realização de cirurgia cerebral com a intenção de reduzir as crises e facilitar seu controle com medicação. Infelizmente, explica o neurologista, ainda não é possível prevenir a doença, pois em muitos casos a alteração cerebral que a determina é um defeito congênito ou uma alteração genética.
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