Veja quais são os repelentes mais eficazes e os cuidados ao usá-los
Especialistas esclarecem todas as dúvidas sobre o uso de repelentes, tão essenciais em tempos de zika e dengue
O verão ainda não terminou e março costuma ser um mês de muitas chuvas. O cenário pode agravar ainda mais a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, responsável pela transmissão do vírus de doenças graves, como a zika e dengue. Para evitar as picadas deste e outros insetos, o uso de repelente é fundamental.
A Revista da Mulher escutou especialistas para orientar sobre o uso adequado de repelentes contra mosquitos. Não existe hoje um repelente específico contra o Aedes Egypt, porém o princípio ativo dos produtos disponíveis no mercado definirá qual é o mais adequado e para quais casos.
Os repelentes com base em Icaridin (ou Icardina) aparentam maior proteção ao mosquito, quando comparados aos produtos à base de IR3535 e DEET. "De acordo com as pesquisas clínicas, os repelentes são semelhantes, sendo que, particularmente, gosto muito da Icaridina, com a qual tenho muita experiência e há anos receito, inclusive para grávidas", diz o dermatologista Murilo Drummond.
Os tipos de repelente
Ao olhar os rótulos, é muito importante saber qual é a classificação de produto. Veja quais são os tipos de repelente e suas respectivas indicações.
IR3535
Com princípio ativo sintético, este tipo de repelente é usado na Europa há mais de 20 anos. De duração muito curta, são necessárias reaplicações a cada 2 horas. Os repelentes à base de IR3535 são considerados seguros para gestantes e crianças a partir de 6 meses. Existem 2 marcas disponíveis no Brasil o Johnson´s Loção Antimosquito e o Huggies Turma da Mônica.
DEET
Na concentração de 15%, confere proteção máxima de 6 horas contra os insetos. É um repelente eficaz, mas sua duração depende da concentração de DEET no produto. Não se deve usar em crianças menores de 2 anos e nem reaplicá-lo mais do que 3 vezes ao dia. Disponível nas marcas OFF, Repelex e Autan.
ICARDINA
Estes repelentes apresentam princípio ativo derivado da pimenta. Na concentração de 20 a 25%, conferem aproximadamente 10 horas de proteção contra os insetos. Quando aplicados sobre tecidos, podem durar até 72 horas. A única marca disponível no Brasil é o Exposis.
Repelentes naturais
Outros repelentes naturais, como citronela, andiroba e óleo de soja podem ser usados, mas a sua eficácia é baixa. “Uma alternativa que hoje vem sendo muito utilizada é a manipulação dos repelentes, associando um repelente sintético com um natural, como por exemplo o IR3535 com a citronela", conta Juliana Ponce, farmacêutica responsável da Meta Manipulação. Além de aumentar a eficácia dos óleos naturais, a mistura permite uma melhor absorção na pele.
Dicas de uso
Aplicar sempre no corpo todo - Exceto muito próximo às mucosas e por cima de roupas muito finas. “Ao passar por cima da roupa, aumentamos a área que atuará como repelente, aumentando a proteção. Gosto muito de sugerir passar na dobra do lençol porque cria uma faixa de repelente, protegendo as partes do corpo que ficam expostas, como face e mãos”, explica o dermatologista Murilo Drummond.
Evite aplicar nas mãos de crianças - É importante, também, lavar sempre as mãos depois de usar o produto. O ideal é retirar o repelente do corpo todo na hora de dormir, evitando que a criança fique exposta à substância durante muito tempo.
Cuidado com as mucosas - Não é recomendado aplicar o produto próximo aos olhos, nariz, boca ou genitais porque os repelentes podem irritar as mucosas.
Repelente depois dos cremes - Aplique o repelente 15 minutos após o uso de protetores solares, maquiagem e hidratante. “ O repelente é o último produto a ser aplicado na pele. Primeiro usa-se hidratante, filtro solar, maquiagem e o repelente sempre por cima de tudo”,ensina Jacira Noemia Cassanho, professora do Instituto Cimas de Ensino e Enfermeira do Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital Geral de Guarulhos.
Usar o produto no máximo três vezes ao dia - A frequência de aplicação do repelente deve ser de acordo com a orientação no rótulo do produto. Aqueles que contém maior porcentagem do ingrediente ativo têm maior duração. O uso indiscriminado pode causar irritação na pele ou até mesmo uma intoxicação.
Intoxicação - Em caso de suspeita de reação adversa ou intoxicação, deve-se procurar um serviço médico e com a embalagem do produto em mãos.
Dúvidas mais frequentes
• Devo passar repelente sobre as roupas?
O repelente deve ser passado nas áreas de pele expostas. “As roupas em si já formam uma barreira de proteção contra o mosquito. Nos casos de roupas finas ou muito aderentes à pele, é bom passar o repelente para reforçar a proteção contra o mosquito”, explica a farmacêutica Juliana Ponce.
• Existem repelentes indicados para bebês?
"Em alguns países é liberado a utilização de repelentes a partir de 2 meses de idade, mas no Brasil não existe nenhum produto recomendado para o uso em crianças com menos de 6 meses", afirma a enfermeira Jacira Noemia Cassanho. De 6 meses até 2 anos, embora ainda seja uma fase muito delicada, existe um único repelente liberado para esta faixa etária: o tipo IR 3535. O pediatra deve ser consultado para a melhor indicação.
• Grávidas podem usar repelentes?
Sim. Não há contraindicação do uso de repelentes para grávidas ou lactantes.
• Para que tipo de pessoas os repelentes são contraindicados?
A quem tem alergia conhecida aos componentes da formulação.
• Existem repelentes à prova d'água?
Não. É preciso sempre reaplicar o produto após banhar-se.
• Quais são as partes do corpo geralmente esquecidas, mas que devem receber a aplicação de repelente?
Qualquer área descoberta do corpo deve receber a aplicação do repelente. É importante lembrar sempre das orelhas, pescoço, pés é até mesmo no rosto, tomando cuidados para não cair nos olhos, boca ou nariz.
Copyrigt fotos: iStock e divulgação
Este documento, intitulado 'Veja quais são os repelentes mais eficazes e os cuidados ao usá-los', está disponível sob a licença Creative Commons. Você pode copiar e/ou modificar o conteúdo desta página com base nas condições estipuladas pela licença. Não se esqueça de creditar o A revista da mulher (www.arevistadamulher.com.br) ao utilizar este artigo.