Menopausa precoce atinge mulheres antes dos 40 anos
Sintomas de menopausa precoce vão desde calorões a ansiedade, irritabilidade e picos de humor
A menopausa é o período fisiológico que ocorre depois do último ciclo menstrual. Ao atingir, em média, os 50 anos de idade, as mulheres começam a sentir os sinais de que ela se aproxima: a menstruação se torna irregular, os calorões (chamados fogachos) se tornam frequentes e é comum ficar mais ansiosa, irritada e ter picos de humor.
E quando todos esses sintomas chegam antes da hora? É a temida menopausa precoce. Ela atinge mulheres com menos de 40 anos e é acompanhada, além dos sintomas já citados, de secura vaginal, palpitações, depressão, desatenção, urgência para urinar, perda de cabelo e ganho de peso.
Segundo Maíta Poli de Araújo, ginecologista do Fleury Medicina e Saúde, pode-se dizer que a mulher entra na menopausa quando fica por 12 meses sem menstruar. Mas os sintomas começam antes, no período de transição de ciclos menstruais normais para a interrupção definitiva da menstruação, chamado de climatério.
A menopausa precoce, em até 90% dos casos, não tem causa determinada, sendo considerada idiopática (sua causa é obscura ou desconhecida). Contudo, em alguns casos ela pode estar associada a doenças autoimunes (como lúpus e diabetes tipo 1) ou pode ser causada pela retirada de grande quantidade de tecido ovariano, quimioterapia ou radioterapia pélvica.
Em relação a possibilidade desse distúrbio poder ser hereditário, a ginecologista afirma que “não é uma regra, mas pode acontecer". Segundo ela, estudos norte-americanos revelam que a história familiar é responsável por 5% dos casos de menopausa prematura.
Diagnóstico e tratamento
Maíta explica que o diagnóstico da menopausa precoce é clínico e associado a exames laboratoriais. “Depois que a paciente começa a apresentar sintomas típicos do climatério, como as ondas de calor, irregularidade menstrual e, por vezes, infertilidade, já é possível diagnosticá-la”, afirma.
Embora a menopausa seja natural e esperada para a maioria das mulheres, quando é precoce, alerta a especialista, pode representar riscos para a saúde. Isso porque ela decorre da falência dos ovários e, consequentemente, da diminuição do hormônio estrogênio, comprometendo todos os sistemas do organismo que se beneficiam deste hormônio.
"O sistema ósseo e o cardiovascular são os que mais sofrem. Neste sentido, a menopausa precoce aumenta o risco principalmente de osteoporose e doença arterial coronariana”, explica a especialista.
Como o fim prematuro dos ciclos menstruais não pode ser evitado, as mulheres que precisam se submeter à procedimentos como quimioterapia ou radioterapia, que podem antecipar a menopausa, devem ser orientadas sobre as técnicas de preservação da fertilidade.
As técnicas citadas pela especialista incluem a criopreservação de tecido ovariano, oócitos e embriões. “Assim, é possível manter chance de gravidez mesmo após o tratamento que leve à menopausa precoce”, explica Maíta.
Além disso, também existem soluções que ajudam a diminuir os sintomas: “A reposição hormonal costuma ser o tratamento mais recomendado, pois pode aliviar os sintomas decorrentes da deficiência de produção do estrógeno, que tanto incomodam as mulheres nessa fase da vida.”
Outra sugestão da médica ginecologista para aliviar os sintomas é praticar atividade física. “Embora o exercício não melhore as ondas de calor, ele é fundamental para a manutenção da saúde óssea e melhora do sono”, orienta. A dieta também deve ser modificada dando preferência a alimentos que são fontes naturais de estrogênio (soja, por exemplo), cálcio e vitamina D (leite, queijos, folhas verdes).
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