Como não estragar as crianças com excesso de presentes
Especialistas explicam a importância de fazer o gasto com brinquedos caber no orçamento familiar e como escolher e limitar presentes sem precisar cortar a alegria das crianças
Dia das Crianças, Natal, aniversário. Seja em ocasiões especiais ou motivado apenas pelo amor, presentear crianças é um hábito muito forte em nossa sociedade. Porém, é preciso ficar atento aos excessos. No mundo corrido de hoje, muitos pais tentam compensar eventuais falhas de convivência - e de falta de atenção e tempo - com presentes especiais para os filhos.
Não raro, o valor dos presentes para as crianças pode ficar exageradamente caro, funcionando como uma forma de resgate de afeto e demonstração de amor. Barganhar comportamento com presente, seja caro ou barato, não é uma boa estratégia, afirmam especialistas.
Para uma boa educação é preciso haver negociação, mas não como chantagem, o que se torna negativo. "Crianças podem ser recompensadas quando conquistam algo ou cumprem um acordo, mas é mais interessante converter em lazer ou tempo com os pais, por exemplo, em vez de com bens materiais", orienta Julia Bittencourt, psicóloga com capacitação em desenvolvimento infantil.
Presentes para as crianças em tempos de crise
Em época de inflação e dólar em alta, é sempre bom pensar em brinquedos que, antes de mais nada, mantenham o orçamento da família equilibrado. Por isso, a primeira dica financeira para comprar o presente de seu filho é planejar o quanto se pode gastar.
Isso vale tanto para quem tem muito ou pouco recurso. Os presentes para crianças devem ser proporcionais ao tamanho de cada orçamento. "Independente do valor do presente, deve ser feita uma reflexão sobre o impacto do presente na relação de cidadania e de consumo da criança presenteada”, defende Gilberto Braga, professor da Ibmec do Rio de Janeiro e especialista em finanças pessoais.
Dicas para decidir os presentes das crianças
Reinaldo Domingos, autor do livro Mesada não é só dinheiro (Editora DSOP) entende que basta planejar, conversar abertamente com as crianças, perguntar o que elas gostariam de ganhar e em seguida pesquisar preços e ver se cabem no bolso. “O grande segredo é ser sincero com a criança, mostrando que está interessado nos desejos dela e que eles serão realizados, se for possível”, ensina Domingos.
Para o especialista não há nada de errado em as crianças desejarem tablets, jogos ou aparelhos eletrônicos, pois elas fazem parte de uma sociedade que cada vez mais valoriza esses produtos. “O errado é os pais se endividarem para atingir esses objetivos dos pequenos”, completa Reinaldo Domingos.
A seguir, algumas dicas do autor de Mesada não é só dinheiro para a compra de presentes para as crianças:
- ter uma boa conversa prévia antes de ir às compras, definindo limites;
- ser enérgico se os mesmos fizerem birra (lembrando que isso não justifica agressões).
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