"Oi sumido": como lidar com a clássica mensagem de reaproximação?
Tão fácil e presente nas redes sociais, por vezes é difícil resistir. Especialistas tentam explicar por que acontece
Quem nunca recebeu uma mensagem de texto inesperada de um antigo par amoroso, há tempos desaparecido, que envie o primeiro Whatsapp. O famoso - e por vezes irritante - "oi sumido", já faz parte da prática do mundo moderno. Mas do ponto de vista psicológico, pode representar uma conduta de indecisão emocional.
Explicar por que algumas vezes alguns amantes somem e depois reaparecem como "do nada" não é tarefa fácil. "Porque o tipo de personalidade e o que fez uma pessoa unir-se a outra é bastante subjetivo. Pode ser que naquele momento ela precisava se unir a alguém e, após estabelecida essa aproximação, ela não precise mais dela", diz a psicóloga e sexóloga Priscila Junqueira.
Até aí, grande parte das pessoas entendem. Tem mesmo gente que não sabe terminar um relacionamento e aí desaparece, em vez de conversar e esclarecer os motivos do término. Há outras pessoas cuja a característica é a dificuldade em manter vínculos. Mas difícil é compreender o porquê da tentativa de reaproximação através do "oi sumido".
De onde surge o "oi sumido"
As possibilidades são as mais diversas. De acordo com o psicólogo e professor da FADISP, Luiz Francisco, se a relação que se tinha não tivesse um contrato que estabelece compromisso, frequência ou exclusividade, é possível que a pessoa tenha se envolvido em outra relação em busca de algo diferente ou mais duradouro.
Aí, a outra relação acaba por não dar certo, e o desaparecido volta e dar sinal de vida. O "oi sumido", acabou virando uma forma suave e polida de reativar contato com alguém cujas circunstâncias só permitem uma reaproximação gradativa.
Ou o "oi sumido" pode se tratar, ainda, de uma carência afetiva que está sendo vivenciada de forma angustiante e que pode ser suprida por meio de relações que, dentro do entendimento de quem mandou a mensagem, permite esse tipo de vínculo.
Então, quem recebe a mensagem é acionado de acordo com o surgimento de uma necessidade afetiva e/ou sexual para ser suprida. "É possível ainda que se trate de uma estratégia, de jogo psicológico para avaliar qual será a reação diante do afastamento, possivelmente em função de alguma insegurança relacionada à autoestima de quem se afastou", orienta Luiz Francisco.
Deeve-se responder ao "oi sumido"?
E quando quem recebe a mensagem "oi, sumido (a)" está com muita vontade de reencontrar a pessoa que voltou a procurar, deve ceder ou é melhor deixar para lá? "Talvez quem recebeu a mensagem deva se perguntar qual o sentido teve o sumiço e qual o sentido da reaproximação. Assim ela conseguirá ter mais clareza para fazer essa escolha", orienta a sexóloga.
Já para o psicólogo Luiz Francisco, a decisão de responder às mensagens de alguém que aparece de tempos em tempos deve se pautar no tipo de relação que se deseja construir.
"Cabe a quem recebeu a mensagem decidir se é algo que lhe contempla naquele momento, se é uma companhia agradável que pode estar próxima em momentos de disponibilidade mútua. Tendo a clareza de que qualquer tipo de expectativa poderá ser prejudicial com base no histórico e nas evidências", completa Francisco.