Andador infantil: saiba por que o produto é contraindicado
Para especialistas, crianças podem aprender a andar naturalmente e pais devem descartar o andador
Ainda muito popular no Brasil, o uso de andador infantil é uma prática condenada por pediatras. O andador não só atrasa o desenvolvimento psicomotor, como pode ser responsável por acidentes com consequências graves. Em função dos riscos iminentes aos bebês, especialistas ressaltam que o mais indicado é a criança aprender a andar naturalmente.
“Os andadores em que as crianças ficam sentada no meio, com os pezinhos empurrando o utensílio, podem chegar à velocidade de um metro por segundo. Qualquer objeto que trave a rodinha pode tombar o andador infantil. E a primeira parte do corpo a ser projetada ao chão é a cabeça, com sério risco de traumatismo craniano”, explica o fisioterapeuta Hélio Nichioka.
É verdade que o andador infantil confere independência à criança. Contudo, um dos maiores fatores de risco para traumas em bebês é justamente dar independência demais numa fase em que eles ainda não têm a mínima noção de perigo.
O fisioterapeuta compara o ato de colocar a criança de até um ano em um andador infantil a entregar a chave do carro a quem não sabe dirigir. “Colocar um bebê num andador é como dar uma Ferrari a um adolescente: o risco de acidente é enorme”, alerta Nichioka.
Andador retarda desenvolvimento
Os bebês que utilizam andador infantil também levam mais tempo para ficar de pé e caminhar sem apoio. Além disso, engatinham menos e, de acordo com alguns estudos científicos, apresentam rendimentos inferiores nos testes de desenvolvimento. O exercício físico é outro aspecto muito prejudicado pelo uso de andadores.
“Embora o andador infantil confira mais mobilidade e velocidade, a criança precisará dispender menos energia com ele, do que tentando alcançar o que lhe interessa com seus próprios braços e pernas”, explica a fisioterapeuta Daniele Lucena.
Não existe idade correta para a criança começar a andar, mas, de modo geral, por volta dos 12 meses ela já está apta a dar os primeiros passos. Caso os pais, de fato, não tenham condições de ficar o tempo todo ao lado do bebê, ele deve ser colocado num cercadinho com brinquedos indicados para a sua idade, mas nunca em um andador infantil.
“Cercar o bebê de um ambiente protetor, com dispositivos de segurança, como grades ou redes nas janelas, são medidas de proteção passiva muito mais efetivas. O andador infantil, definitivamente, não se enquadra neste esquema”, ratifica Daniele Lucena.
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