Projeto Parto Adequado pretende reduzir números de cesarinas desnecessárias

O Ministério da Saúde anunciou os 28 hospitais selecionados para participar do projeto 

Projeto Parto Adequado busca reduzir o número de cesáreas na rede pública e privada.


O Projeto Parto Adequado já tem definidas as 28 instituições que vão participar do projeto piloto de incentivo ao parto normal. Elas foram apresentadas durante evento promovido pelo Ministério da Saúde, Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e o Hospital Israelita Albert Einstein. São inicialmente 23 hospitais privados e cinco maternidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

Iniciativa desenvolvida em parceria com o Institute for Healthcare Improvement (IHI), o projeto Parto Adequado, tem como objetivo incentivar o parto normal a partir de modelos inovadores de atenção ao parto. A ideia é reduzir a ocorrência de cesarianas desnecessárias na saúde suplementar e no sistema único de saúde. Isso, segundo especialistas, deve aumentar a segurança da mulher e do bebê, além de melhorar a qualidade do atendimento.

Projeto Parto Adequado

A escolha das instituições foi feita levando em consideração informações técnicas, entre elas a quantidade de partos que realizam. Das 28 selecionadas, oito estão entre as 30 maiores em volume de partos do país e outras 11 entre as 100 maiores. Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, esta é uma maneira de promover a melhoria da qualidade da atenção ao parto e nascimento. 

Outro fator levado em conta é que esses hospitais possuem uma taxa de cesarianas de 88,7%, o que é superior à média apresentada na saúde suplementar, que é de 84%, e mais que o dobro da média do SUS (40%). No caso dos estabelecimentos da rede pública, eles foram selecionados por apresentar percentual de cesarianas acima de 60%, realizando mais de mil partos a cada ano.

A iniciativa surgiu como forma de mudar um quadro considerado alarmante, que nas palavras do ministro da Saúde representa “uma verdadeira epidemia de cesáreas”. Dados do próprio ministério mostram que, quando não há indicação clínica, a cesariana traz riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê, aumentando em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Cerca de 25% dos óbitos neonatais e 16% dos das mortes infantis no Brasil estão relacionados à prematuridade.

Detalhes do projeto

O projeto Parto Adequado prevê uma adequação de recursos humanos para a incorporação de equipe multiprofissional nos hospitais e maternidades; capacitação profissional para ampliar a segurança na realização do parto normal; engajamento do corpo clínico, da equipe e das próprias gestantes; além da revisão das práticas relacionadas ao atendimento das gestantes e bebês, desde o pré-natal até o pós-parto.

Durante a aplicação inicial do projeto, as mudanças sugeridas poderão ser feitas em todos ou em parte dos atendimentos nos hospitais. A instituição deverá seguir integralmente as recomendações e diretrizes propostas, testando assim o conjunto completo de mudanças. Outros 16 hospitais que se inscreveram, mas que não foram selecionados, vão formar um grupo para acompanhar o projeto.

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