Dormir demais pode ser sintoma de depressão
Estudos mostram que distúrbios do sono seriam indicadores de doenças neuropsiquiátricas
Não conseguir acordar mesmo após 10 horas de sono e sentir muita sonolência durante o dia podem significar mais do que simples cansaço. Sono em excesso ou a fadiga diurna podem ser sintomas de depressão e identificar um aumento das horas dormidas ajuda a atacar o problema, tão logo apareçam os sintomas.
De acordo com artigo publicado na Revista de Psiquiatria Clínica da Universidade de São Paulo (USP), aproximadamente 80% dos pacientes depressivos apresentam queixas pertinentes a mudanças nos padrões do sono. Entre as principais alterações, é destacada a insônia, considerada um importante indicador do aumento do risco de depressão.
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A pesquisa dos médicos Sarah Laxhmi Chellapp e John Fontenele Araújo, publicada na revista da USP, revela também que cerca de 10% a 20% dos pacientes depressivos apresentam queixas de sonolência excessiva, com aumento do sono no período noturno e fadiga diurna.
Sono ajudaria a "fugir" dos problemas
Os estudos sobre o sono têm desempenhado um importante papel na investigação da depressão, contribuindo para o diagnóstico desse transtorno tão grave.
A elaboração de estratégias de tratamento e a identificação de indivíduos vulneráveis ao desenvolvimento da doença também são pontos que se beneficiam com as pesquisas sobre a relação do sono com problemas de ordem neuropsiquiátricas.De acordo com os especialistas, dormir demais seria uma maneira de a mente “fugir” de problemas ou de um estado de tristeza permanente. Estes sintomas até podem ser pontuais, causados por fatores externos ou uma preocupação eventual (perda de emprego, doença na família, entre outros).
Mas como também existe a possibilidade do sono excessivo manifestar-se por causas patológicas, vale observar e procurar ajuda quando dormir demais passar a ser rotina.
Para entender se há risco de seu sono ser causado por depressão, fique alerta aos seguintes sinais:
- dormir à tarde, depois do almoço e só acordar quando já anoiteceu;
- à noite, preferir ir direto para a cama sem jantar ou sem fazer alguma atividade habitual antes de dormir (ler, ver TV, interagir com a família etc);
- no tempo livre ou fins de semana, preferir dormir no lugar de aproveitar o momento para passeios e lazer.
Não há dúvidas que uma noite bem dormida traz muitos benefícios ao corpo. É o desequilíbrio deste momento de relaxamento que deve chamar a atenção de quem anda “dormindo mais que a cama”, como diz o ditado popular.
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