Tudo sobre a doença inflamatória pélvica
A doença inflamatória pélvica é uma inflamação no útero e nas tubas uterinas causada por bactérias sexualmente transmissíveis
Manter relações sexuais sem o uso de preservativos pode causar, além de uma gravidez indesejada, diversos tipos de problemas. Entre eles, a doença inflamatória pélvica. A enfermidade é uma inflamação que acomete o útero e as tubas uterinas.
“As causas em mais de 90% dos casos são bactérias sexualmente transmissíveis como a Neisseria ghonorrhoea (causadora da gonorreia) e a Chlamydia trachomatis (bactéria causadora da clamídia)”, explica Jader Burtet, ginecologista e professor da Medcel, em São Paulo.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 10% das mulheres em idade reprodutiva têm histórico de doença inflamatória pélvica e mais de 1 milhão das jovens brasileiras sexualmente ativas sofrem dessa infecção anualmente. “Essa suscetibilidade maior das mulheres se dá pela própria anatomia do sistema reprodutor”, aponta Burtet.
Os homens também podem sofrer do problema, que é chamado de uretrite (inflamação na uretra), mas neles, essa doença não possui sintomas. Por isso, a enfermidade pode passar desapercebida e ser transmitida para a parceira.
Os sintomas
O problema pode ser agudo ou crônico. No primeiro caso, é comum sentir dor abdominal ou pélvica, que pode se acentuar durante a relação sexual. Entre os outros sintomas pode-se citar:
- corrimento vaginal;
- menstruação irregular;
- dor ao urinar;
- sangramento fora do período menstrual;
- febre alta (acima dos 38º C).
Já no caso da doença inflamatória pélvica crônica, que atinge cerca de 60% dos casos, os sintomas mais comuns são mais leves, com dores sutis, nada de febre e corrimento vaginal sem muita intensidade. Mesmo assim, é preciso ter atenção e ir ao ginecologista imediatamente.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da doença inflamatória pélvica é feito a partir de exame clínico, de imagem e de sangue. “O tratamento é feito com antibióticos. A fase inicial pode ser feita em casa por via oral, mas em um momento mais grave, pode ser necessária a internação e o uso da terapia intravenosa também com antibiótico”, aponta Marcio Coslovsky, especialista em reprodução humana e diretor da Clínica Primordia, no Rio de Janeiro.
Vale lembrar que, mesmo após se curar da doença, a mulher deve ficar atenta, uma vez que o problema pode voltar caso a paciente se contamine novamente.
“Se a paciente tiver um parceiro fixo é muito importante que ele também seja tratado. Isso porque, se o homem não passar pela terapia, é comum que em curto período de tempo a mulher se recontamine”, afirma Burtet. E a melhor forma de prevenção é sempre: o uso da camisinha.