Pielonefrite: saiba mais sobre essa doença perigosa
A pielonefrite é uma inflamação provocada pela ação de bactérias nos rins e nos ureteres. Se não tratada corretamente, a doença pode evoluir para um quadro grave
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Como se sabe, os rins são muito importantes para manter o organismo trabalhando corretamente. Esses orgãos têm como função filtrar o sangue para eliminar substâncias nocivas ao organismo. O problema está quando os rins não exercem o seu trabalho corretamente, e a causa disso pode ser a pielonefrite.
“Pielonefrite é uma inflamação renal provocada pela ação de bactérias nos rins e nos ureteres. O agente infeccioso se instala, na maioria das vezes, inicialmente na uretra e na bexiga (trato urinário inferior) e, por falta de tratamento adequado, ou por outros fatores de risco, esses agentes infecciosos atingem os ureteres e os rins”, explica Monica Dias, nefrologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, em São Paulo.
Ainda de acordo com a especialista, a pielonefrite é uma patologia que inspira cuidados pelo risco de tornar-se um quadro grave. Não só pela possibilidade de causar lesões que comprometam a função renal, mas também pelo risco de septicemia, ou seja, a bactéria atingir a corrente sanguínea e disseminar a infecção pelo organismo todo.
Os grupos de risco
A pielonefrite é frequentemente causada por bactérias presentes na flora intestinal, que se desenvolvem com a queda de imunidade. O micro-organismo se instala, num primeiro momento, no trato urinário baixo, e caso não haja tratamento adequado, a bactéria pode chegar aos rins.
Algumas pessoas podem estar mais sujeitas ao desenvolvimento da doença, como aqueles pacientes imunossuprimidos (portadores de HIV, diabéticos, transplantados, portadores de doenças autoimunes), ou quem sofra com cálculos renais, ou malformações anatômicas.
“As mulheres também apresentam maior possibilidade de desenvolver a pielonefrite, devido a sua anatomia, já que a uretra delas está localizada próxima a vagina e ânus, regiões com grande número de bactérias”, alerta Carlos Augusto Azevedo Bornancin, médico nefrologista da Paraná Clínicas, em Curitiba.
Fique atento aos sintomas
Se a infecção acometer o trato urinário inferior, os sintomas são dor nas costas (logo abaixo da última costela), vontade de urinar frequente, dor e ardência ao final da micção e presença de urina escura, podendo ter odor fétido.
“Quando a pielonefrite atinge o trato urinário mais alto (ureteres e rim), esses sintomas acima podem vir acompanhados de febre, calafrios, vômitos, náuseas, fadiga e mal estar generalizado”, completa Monica.
O diagnóstico e tratamento
Para detectar a pielonefrite, uma análise laboratorial da urina é necessária para confirmar o diagnóstico. “Normalmente, encontramos na urina uma contagem elevada no número de leucócitos que são células de defesa do organismo, podemos encontrar hemácias e presença de nitrito. A urocultura é fundamental para identificar a bactéria envolvida e guiar o tratamento. Em algumas situações, se faz necessário um exame de imagem, podendo ser ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética”, fala Monica.
Já o tratamento é feito com antibióticos e analgésicos, e deve ser indicado o quanto antes para que se evite a septicemia. E é bom saber que existem dois tipos de pielonefrite: a aguda e a crônica. “No caso da aguda, normalmente há a cura completa após o uso do antibiótico, mas pode haver novos casos ao longo da vida”, aponta Bornancin.
Os casos crônicos, que acontecem quando a pielonefrite aguda não foi tratada adequadamente, segundo o nefrologista, a doença se mantem e podem evoluir com a perda da função renal ao passar dos anos. “Neste caso há necessidade de terapia renal substitutiva, dialise ou transplante”, alerta Carlos Bornancin.
É possível prevenir-se
Alguns cuidados básicos podem auxiliar na prevenção da pielonefrite. São eles:
- ingerir boa quantidade de líquidos;
- urinar sempre que tiver vontade;
- realizar higiene após a relação sexual;
- tratar corretamente doenças que diminuem a imunidade e fazer acompanhamento cuidadoso delas;
- fazer as terapias corretas para os cálculos renais.