Saiba como montar um home office funcional e confortável

A altura da cadeira, posição da mesa e escolha de certos elementos de decoração são algumas das dicas para se ter um bom espaço de trabalho em casa

Projeto do arquiteto Thoni Litsz usa a mesma decoração para integrar dois espaços em um ambiente © Divulgação

Houve um tempo em que as pessoas só trabalhavam de casa quando estavam com excesso de trabalho. Hoje, entretanto, essa realidade é bem diferente e cada vez mais profissionais estão optando pelo home office, assim como empresas aderindo ao formato. Seja por redução de custo, qualidade de vida ou simplesmente por ideologia, casa e trabalho passam a caminhar cada vez mais juntos.

Se você já trabalha em casa, sabe o valor de um lugar adequado (ou a dor nas costas que a falta dele causa). Se ainda não, mas pretende, deve considerar que o local é fundamental para que, de fato, o trabalho renda. Por isso, conversamos com alguns especialistas para saber como montar um home office funcional e confortável em casa.

Para começar, deve-se escolher onde ficará o escritório. Você pode até levar o laptop para a sala ou o sofá vez ou outra, mas é importante ter um espaço físico de referência. Se for um ambiente compartilhado, como no caso de um quarto de hóspedes multifuncional, o arquiteto Thoni Litsz sugere uma divisão sutil e decoração integrada através de elementos como cores e marcenaria.

Uma dica da designer de interiores Laura Santos é colocar a mesa de costas para o sofá ou cama porque, dessa forma, se alguém estiver usado o ambiente ao mesmo tempo, evita a distração.
 

Mesa lateral à janela e ergonomia dos móveis no projeto de Priscila Vivacqua © Divulgação

Como escolher os móveis?

Escolhido o lugar,  é a vez dos móveis. De uma forma geral, a indicação é que a mesa fique na lateral da janela ou de frente para ela, pois do contrário a luz de fora pode atrapalhar a tela do computador.

Já em relação ao tamanho, o ideal é que a mesa tenha altura entre 75 cm e 90 cm para que os joelhos e braços dobrados fiquem em um ângulo de 90 graus. As escrivaninhas de canto em C ou L são mais recomendadas, pois conferem maior conforto.

Laura pondera que as mesas devem ter profundidade de 50 cm a 80 cm para poder colocar computador, livros, documentos de maneira mais organizada.

A especialista no assunto e escritora de vários sobre o tema Marina Sell Brink, do Go Home, explica que é raro encontrar modelos que sejam confortáveis para todos os tipos de pessoas, por isso, algumas adaptações costumam ser necessárias. No caso de quem fica com os pés soltos, um tablado ou caixa como apoio para eles pode resolver. Para quem é muito alto, a solução pode ser usar calços em todos os pés da mesa.

“Não havendo a possibilidade de adaptar a altura da bancada ao usuário, a cadeira deve ter assento regulável. No mercado, os modelos são de 43 a 53 cm, geralmente, atendendo a todas as estaturas. A cadeira deve ser ajustada para que cotovelo, punho e mão fiquem na mesma altura da mesa. Os braços precisam estar relaxados”, explica Marina.

A especialista ressalta que quem trabalha com laptop também precisa seguir algumas regrinhas de ergonomia, entre elas, apoio para as costas, a tela na altura dos olhos (dá para pôr alguns livros ou revistas embaixo do notebook) e, às vezes, um teclado adicional para que os cotovelos façam um ângulo de 90 graus.
 

Um cômodo inteiro para um escritório com mais de uma mesa. Projeto de Thoni Litsz © Divulgação

Ambiente agradável para trabalhar

O home office não deve ser apenas funcional e confortável. Ele precisa ser agradável e um lugar gostoso para se estar. Para isso, há vários recursos. Um deles é optar em painéis, fotos, mural de recados ou até mesmo um bloco de papel e iluminação diferente, criando uma decoração que remeta a um espeço de trabalho.

Outro recurso interessante é as tonalidades usadas no décor. Para a arquiteta Priscila Vivacqua, da Vivacqua Arquitetura, as cores influenciam muito no comportamento das pessoas, por isso a escolha da cor em um ambiente, especialmente de home office é muito importante.

“Sugiro cores fortes para negócios criativos e mais agressivos de mercado ou que se relacionem à arte, marketing e publicidade, por exemplo. E tons suaves e neutros para aqueles que trabalham com estudos, psicologia, literatura ou medicina”, exemplifica Priscila.

Thoni, por sua vez, aposta nas cores neutras como coringas, tais como cinza ou grafite, com toque de azul pois o azul favorece o exercício intelectual e tranquiliza, afirma.

Já Laura dispensa o azul por achar uma cor muito relaxante, mas indica tons de vermelho para estimular: “É uma cor estimulante e pode trazer energia, mas deve ser usado com cuidado e apenas em alguns detalhes da decoração”.

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