Ultrassom morfológico: bem mais do que apenas descobrir o sexo do bebê

Exame mais detalhado pode ajudar médicos a identificar alterações no feto e diagnosticar problemas no seu desenvolvimento

Exame é essencial para a detecção de problemas no desenvolvimento do feto.

 

É natural que os pais fiquem ansiosos para ver imagens mais nítidas do bebê durante a gravidez e por isso o ultrassom morfológico é tão aguardado. Realizado geralmente entre a 20ª e 24ª semanas e com duração aproximada de 30 minutos, este exame mostra detalhes físicos do feto e pode revelar inclusive o sexo do bebê.

Mas, do ponto de vista médico, o ultrassom morfológico é essencial para verificar como está o desenvolvimento do feto nos mais diversos aspectos, conforme explica o ginecologista e obstetra Bruno Fernandes Gouveia. “Neste período já é possível identificar alterações tanto no crescimento do bebê quanto na formação e localização da placenta, o que é essencial para um melhor acompanhamento da gestação”.

A maneira como é feito este exame não tem diferença em relação ao ultrassom convencional, o que o diferencia é sua capacidade de exibição das imagens e o que isso pode gerar de recursos para médicos. “Há uma possibilidade de se fazer com tecnologia 3D, que é o mais comum, ou 4D, que melhora ainda mais a qualidade das imagens”, destaca o obstetra.

 

Ultrassom morfológico para os pais

Mesmo quando feito ainda no segundo trimestre da gestação o ultrassom morfológico já consegue mostrar detalhes do bebê que os demais exames não conseguem captar. “Não são raros os momentos em que os pais se emocionam ao ver pela primeira vez o formato do rosto, do corpo ou mesmo o sexo do filho pela primeira vez”, afirma o especialista.

Há nos laboratórios a possibilidade de se gravar o exame e até mesmo imprimir uma foto para que os pais guardem de recordação. Entretanto, pode acontecer de a posição do bebê no útero dificultar uma melhor visualização dos detalhes físicos, o que pode reduzir a beleza das imagens. Mas, com um pouquinho de paciência e jeito é possível fazer com que o bebê se mexa e, desta forma, possibilite a captação de imagens mais completas.

Além disso, por se tratar de um exame, o equipamento vai mostrar também os órgãos e ossos do feto, o que nem sempre é visualmente empolgante. De toda forma, vale a pena ir acompanhada do parceiro ou um familiar mais próximo.

 

Ultrassom morfológico para os médicos

Para os especialistas este exame é um grande aliado para o pré-natal. “Nele é possível analisar o formato e medir o tamanho da cabeça do bebê, podendo identificar precocemente qualquer problema ligado à formação craniana e cerebral, por exemplo”, explica.

No caso das imagens em 3D ou 4D é possível perceber se há presença de uma fenda labial, também conhecida como lábio leporino, um diagnóstico precoce de extrema importância. No exame também dá para ver a coluna e o alinhamento dos ossos que a compõe, além dos braços, mãos, pernas e pés do feto, identificando se o desenvolvimento está dentro da normalidade.

Outra possibilidade é visualizar o coração do bebê, analisando seu funcionamento e identificando qualquer anomalia existente. “É possível ver as quatro câmaras do coração, assim como os átrios e ventrículos. Dá para ver inclusive se as funções das válvulas estão normais e examinar as principais veias e artérias”, destaca.

Outros órgãos internos também podem ser visualizados, entre eles os rins, o estômago, os pulmões e a bexiga. “Com isso podemos ver se todas as funções estão acontecendo normalmente ou se o bebê precisará passar por alguma intervenção reparadora”, ressalta.

Mas não são somente as condições do bebê que são analisadas a partir das imagens do ultrassom morfológico, mas também diversos aspectos da gestação como um todo. “Observar a posição da placenta, a situação do cordão umbilical e o fluxo sanguíneo nas artérias da mãe até mesmo a quantidade de líquido amniótico, o que contribui para evitar ou resolver problemas gestacionais de maneira mais efetiva”, conclui Gouveia.

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