Descubra a diferença entre dermatite, psoríase e eczema

Doenças de pele envolvem um quadro inflamatório e coceira, podendo se agravar para infecções mais graves

Saiba a diferença entre as seguintes doenças de pele: dermatite, psorías e eczema. © iStockphoto.com/Anetlanda

Vermelhidão, coceira e descamação são características comuns de doenças de pele que afetam muitos brasileiros. É o caso da dermatite, psoríase e eczema. Mas é importante saber diferenciar cada uma delas e procurar o o tratamento adequado.

Segundo a Dra. Maria Inês Harris, consultora científica da Biobalance, qualquer doença que afete a pele pode ser considerada um perigo potencial, pois a pele é uma das principais defesas do organismo. Sendo assim, ela considera essas doenças graves e que devem ser tratadas. Saiba mais sobre cada uma delas.

Dermatite

O termo "dermatite" se refere a qualquer tipo de inflamação na pele (alergia ou irritação) , que pode ser provocada por contato com alguma substância ou mesmo por um processo sistêmico, como no caso de algumas alergias alimentares.

Segundo a médica, nas chamadas "dermatites", independentemente da origem, observa-se um quadro inflamatório local, que pode ou não vir acompanhado de prurido, vermelhidão e descamação. A  dermatite coça muito e faz a pele ficar vermelha e irritada.

As dermatites podem ser dividas em:

  • Dermatite de contato: podem ser alérgicas, isso é, quando o corpo reconhece alguma substancia especificamente desencadeando um quadro inflamatório como resposta;
  •  Dermatite irritativa: quando a pele tem contato com substâncias que desorganizam a barreira cutânea, disparando também uma resposta inflamatória.

Segundo Maria Inês, é difícil diferenciar os dois quadros, e geralmente são necessários vários testes e exames para ter certeza se é mesmo alergia a algum componente ou uma irritação pelo uso de algum produto.

"Nem sempre a irritação aparece no primeiro uso do produto, podendo ser o que chamamos de irritabilidade acumulada: seu corpo consegue se recuperar após algumas aplicações de alguma substância irritante, por exemplo um detergente, mas se você se expuser demais e com muita frequência, chegará uma hora em que começará a ater um quadro de irritação", explica.

Psoríase

Aproximadamente 3% da população mundial é afetada pela psoríase. Em cerca de 22% a 33% dos casos, a psoríase começa na infância, muitas vezes durante a adolescência. Estudos recentes mostram ainda que situações de intenso estresse pré-natal aumentam significativamente o risco de os filhos desenvolver psoríase, seja na infância, na adolescência ou na vida adulta.

Segundo Maria Inês, quando é psoríase, a pele, além de coçar, também fica com uma sensação de que "está queimando". O resultado é a formação de crostas inflamatórias, com prurido e ardor. A psoríase tem origem genética e é disparada por fatores ambientais e emocionais, como o estresse, não havendo necessidade de contato com nenhum agente externo causador.

Porém, o contato com substâncias irritantes e o ressecamento da pele pode favorecer o surgimento de episódios da doença. "Embora a psoríase atinja menos pessoas, ela é uma doença crônica e incurável", diz a especialista.

Eczema

O eczema pode ser causado por quadros alérgicos, como irritações crônicas. Neste caso, observa-se um ressecamento intenso da pele, muito prurido e queimação nas áreas afetadas. Muitas veze se origina a partir de um quadro de irritação ou ressecamento crônico que não foi tratado corretamente. As dermatites de contato ou por irritação, por exemplo, podem evoluir para eczema.

"Ambas podem levar ao quadro de eczema, especialmente a dermatite por irritação crônica, e estima-se que 1 em cada 5 mulheres terá ao menos um episódio grave de eczema durante a vida. Mas à medida que os produtos de limpeza, cosméticos e detergentes de cozinha vão se tornando melhores, e também com o melhor esclarecimento da população, esses quadros devem diminuir", completa Maria Inês.

O que estas doenças têm em comum?

Todas estas doenças envolvem um quadro inflamatório e geralmente prurido. Com o ato de coçar, pode haver ruptura da barreira, dando-se a oportunidade para o surgimento de infecções, gerando um quadro ainda mais grave.

Como deve ser feito o tratamento?

É essencial, em qualquer uma das situações, que a higiene seja apropriada para evitar infecções. Além disso, deve-se utilizar produtos hidratantes que auxiliam na recuperação do quadro inflamatório, recuperando a barreira cutânea.

Em algumas situações pode ser necessário o uso de antiinflamatórios, como os cortocosteróides. Porém, deve-se lembrar que esses componentes provocam diversos efeitos colatarais e devem ser entendidos como um recurso a ser utilizado apenas em último caso.

"Em quaisquer uma dessas situações, é importante também que se busque a orientação de um dermatologista, que pode avaliar cuidadosamente a melhor estratégia para recuperação da saúde da pele, e que pode também avaliar a necessidade ou não de outras intervenções, como o uso de antibióticos, caso o corra infecção no local", diz Maria Inês.

Prevenindo as doenças de pele

Segundo a especialista, para prevenir as doenças de pele é importante: 

  1. Manter uma dieta equilibrada, com suplementação de vitaminas, como a Vitamina C, essencial para melhorar a síntese de colágeno e antioxidante. A suplementação com ômega-3 de boa qualidade também é importante, pois além de atuar como regulador do status inflamatório do corpo, também auxilia na manutenção da barreira cutânea da pele;
  2. Evitar exposição excessiva a produtos irritantes. Detergentes, produtos de limpeza ou mesmo sabonetes, por exemplo, especialmente se a exposição acontece em presença de calor, como é o caso do banho muito quente, pois isso remove os lipídeos da superfície, prejudicando a barreira cutânea;
  3. Fazer uso de produtos osmoreguladores, ou seja, que controlam o equilíbrio entre a água que entra e sai de uma célula. Os produtos promovem a manutenção da barreira cutânea, estabilizando-a e auxiliando a pele a manter-se sempre hidratada e protegida.  Já existem máscaras de hidratação profunda, óleos e géis com esta função, mas devem ser indicados por um profissional especializado.
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