Workholic: saiba se você está viciado em trabalho
Especialistas alertam sobre a importância do equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e sobre o perigo de confundir workaholism com amor à profissão
Começa com algumas horinhas a mais todo dia. Com tanta frequência, que aquilo passa a ser configurado como o "horário certo" da saída. Depois, levar trabalho para casa é o passo seguinte. Quando chega ao ponto de trabalhar voluntariamente aos fins de semana o sinal amarelo deve ser aceso: você pode ser um workholic.
A situação pode ser tão grave que estudos recentes de casos clínicos em consultórios psicológicos e psiquiátricos apontam que o vício de trabalho é similar ao do álcool ou da cocaína. Tornado o trabalho, nesses casos, uma obsessão doentia.
"Cenas comuns em reuniões de negócios são executivos disputarem quem está trabalhando mais, como se isso fosse motivo de orgulho, contudo, o que não se percebe nessas situações é que pode se estar caracterizando uma disfunção, que é o fato de ser um workaholic", reforça Celso Bazzola, diretor-executivo da Bazz Consultoria.
Workholic não é worklover
Segundo especialistas, é importante sabermos diferenciar o amor ao trabalho do vício. Um worklover - termo usado para quem ama o que faz profissionalmente - tem noção de que o excesso se refletirá em conflitos nos relacionamentos pessoais, além de proporcionar efeitos nocivos à saúde e bem-estar.
"A questão é que, com o medo do desemprego, muitas pessoas acabam por querer adotar a famosa postura do 'querer mostrar serviço'. Também existe um lado perverso de algumas empresas, incentivadoras do termo worklover, usado para camuflar a prática workholic", conta a psicóloga Helena Monteiro.
Há profissionais que buscam entregar resultados e isso é positivo. Ao mesmo tempo, é importante ter em mente que, o fato de ser um workaholic não significa que o profissional seja mais produtivo. Muitas vezes, vê-se pessoas que não conseguem ter organização no seu dia a dia e acabam trabalhando mais tempo para entregar o mesmo resultado.
Equilíbrio na vida profissional
É importante lembrar que a vida é muito mais do que só trabalhar e que uma mente que não descansa não é totalmente sã. Assim, não adianta trabalhar demais, isso possivelmente ocasionará erros e retrabalhos. Portanto, tem que parar de trabalhar até para poder trabalhar bem. É uma questão de lógica.
"O caminho para combater esse problema é assegurar o equilíbrio, entre a vida pessoal e profissional, buscar valorizar mais os momentos de lazer e perceber que o descanso é fundamental para melhoria de resultados e busca de novas ideias que podem potencializar os resultados no trabalho", completa o diretor da Bazz Consultoria.