Conheça as 5 principais doenças oculares

Catarata, glaucoma, retinopatia diabética, degeneração macular relacionada a idade e conjuntivite são as cinco principais doenças oculares

Saiba como evitar e tratar essas doenças oculares. © iStockphoto.com/nd3000

Cuidar da saúde dos olhos é de extrema importância. Mesmo quem não usa óculos deve consultar um oftalmologista periodicamente para fazer um check-up. Dessa maneira é possível evitar ou diagnosticar precocemente diversas enfermidades. 

A Revista da Mulher consultou especialistas sobre as cinco doenças oculares mais comuns. Conheça seus sintomas e tratamento e saiba como preveni-las.

Catarata

Essa doença se caracteriza por deixar o cristalino opaco, o que leva à diminuição da visão. “Se o olho fosse uma máquina fotográfica, o cristalino seria a lente. A catarata ocorre quando a lente (visão) fica embaçada”, explica Newton Kara José Junior, médico do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a catarata é responsável por 47,8% dos casos de cegueira no mundo, acometendo principalmente a população idosa. “Inicialmente, essa doença ocular pode não ter sintomas, mas, à medida que o tempo passa e a catarata aumenta, a visão começa a ficar reduzida”, esclarece Lisia Aoki, oftalmologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.

A doença ocular pode aparecer mais precocemente em pacientes diabéticos que não cuidam dos níveis de glicemia. O diagnóstico é clínico, realizado durante consulta oftalmológica e o tratamento é basicamente cirúrgico e bastante eficaz.

Glaucoma

É caracterizado pelo aumento da pressão intraocular que lesiona o nervo óptico, levando a progressiva diminuição da visão periférica. Sem sintomas nas fases iniciais, essa doença tem prevalência em idosos, mas também pode ser causada pelo uso de corticoide e doenças da retina (por exemplo, retinopatia diabética proliferativa, oclusão venosa de retina, etc).

“O diagnóstico do glaucoma crônico – tipo mais comum da doença – só pode ser feito durante uma consulta com o oftalmologista, já que na imensa maioria dos casos não existem sintomas até as fases mais adiantadas. No glaucoma agudo existe dor ocular muito forte e visão embaçada”, aponta Alexandre Thomaz, oftalmologista do Hospital Sepaco, em São Paulo.

O tratamento para essa doença ocular, independente do tipo, é feito inicialmente com colírios que diminuem a pressão intraocular. Algumas situações podem ser tratadas também com laser e a cirurgia fica reservada para casos mais avançados que não foram controlados com tratamento clínico.

“O glaucoma é uma doença crônica, portanto, tem tratamento, mas não tem cura. A terapia é essencial para evitar evolução da doença que pode, em casos graves, levar até a cegueira”, alerta Lisia.

Conjuntivite

Inflamação da conjuntiva, membrana que reveste a parte anterior do olho. Pode ser infecciosa, alérgica e química. Se manifesta mais frequentemente por vermelhidão, secreção, inchaço das pálpebras e sensação de corpo estranho.

As conjuntivites podem ocorrer em qualquer idade e não apresentam população de risco, exceto as do tipo químicas, com materiais ácidos ou cáusticos, que seriam mais frequentes nas pessoas que têm contato com esses produtos, como os trabalhadores de construção civil.

O diagnóstico dessa doença ocular é clínico e o tratamento é feito com colírios, os quais podem variar dependendo do tipo da conjuntivite. “A versão química sempre deve ser tratada inicialmente lavando os olhos com água ou soro fisiológico”, fala Lisia.

É bom saber que a conjuntivite pode ser recorrente. Em casos infecciosos, deve-se evitar contato com pessoas contaminadas e aumentar a higiene -  lavar as mãos frequentemente e usar álcool para desinfecção de objetos. “Já em casa, deve-se separar uma toalha de rosto exclusiva para a pessoa com a conjuntivite”, acrescenta a oftalmologista.

Retinopatia diabética

É considerada uma doença ocular vascular que atinge a retina de pacientes diabéticos. “A retina é uma fina membrana do fundo de olho que contém as células nervosas responsáveis por receber os raios luminosos e enviá-los ao cérebro através do nervo óptico”, conta Thomaz. Ou seja, é por meio da retina que as imagens são formadas. 

Geralmente, a retinopatia diabética se manifesta por diminuição da visão de forma progressiva ou subitamente. Quando o nível de glicose do diabético fica elevado por muito tempo, acaba causando uma lesão nos vasos sanguíneos da retina, o que leva ao extravasamento de plasma e sangue para o interior da membrana e eventualmente do globo ocular. 

De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, cerca de 90% dos pacientes de diabetes tipo 1 (dependentes de insulina) e 60% dos pacientes do tipo 2 (não dependentes de insulina), devem desenvolver a doença ocular ao longo da vida.

“O diagnóstico é feito através de exame de fundo de olho, ou mapeamento de retina. Além disso, fotografias da retina podem ser feitas para documentação do quadro. A tomografia de coerência óptica (OCT) é um exame subsidiário importante para acompanhamento da retinopatia diabética”, conta a oftalmologista.

Para o tratamento dessa doença ocular, o mais importante é o controle rigoroso da diabetes, por meio da alimentação, atividades físicas e o uso correto dos medicamentos. Mas a maioria dos casos necessitará também de tratamento para os olhos, que pode ser feito com drogas intraoculares, laser ou cirurgia para os casos mais graves.

E fica o alerta: a retinopatia diabética pode ir piorando mesmo com o tratamento. “Por isso, é extremamente importante o controle da glicemia, pois este é o principal fator para melhorar ou pelo menos evitar a piora da doença. Sem esquecer da consulta frequente com um oftalmologista especialista em retina”, afirma Lisia.

Degeneração macular relacionada a idade (DMRI)

É uma doença ocular degenerativa da mácula – parte central da retina –, responsável pela visão detalhada, leitura próxima e percepção das cores. O problema manifesta-se com a diminuição da visão, geralmente com distorção das linhas na visão de perto e, às vezes, com o aparecimento de manchas.

E como diz o nome da doença, essa degeneração ocorre por conta da idade e costuma aparecer após os 60 anos. É considerada uma das principais causas de cegueira entre as pessoas da terceira idade. 

“O surgimento da DMRI está ligado a fatores genéticos e hereditários, mas questões relativas ao metabolismo e ao ambiente também devem ser levadas em conta, como tabagismo, dieta rica em gordura e exposição excessiva à radiação solar”, explica a oftalmologista.

A DMRI seca ainda não tem tratamentos disponíveis. Alguns oftalmologistas especialistas em retina, aconselham o uso de vitaminas, controle adequado de possíveis doenças de base e, também, a interrupção do tabagismo em caso de fumantes para desacelerar o progressão da doença, que não tem cura.

"Já para a degeneração macular relacionada à idade do tipo úmida, há tratamentos disponíveis e eficientes, que podem evitar a progressão da doença e recuperar total ou parcialmente a visão perdida, dependendo do estágio em que ela foi diagnosticada", conta Lisia. 

Este tratamento é feito por meio de injeções intravítreas, que é a aplicação de um líquido em um local do olho chamado vítreo, localizado entre a cristalina e a retina. “Infelizmente, quase metade dos pacientes podem ter o retorno dessa doença ocular. E para evitar o retrocesso, é indicado a mudança de hábitos, como não fumar, se proteger do sol e manter uma dieta balanceada com complementação vitamínica”, ensina Alexandre Thomaz.

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