Pólipos uterino: conheça os fatores de riscos
Lesões tumorais de pequenas dimensões, os pólipos uterinos são geralmente causados por um possível desequilíbrio hormonal
Os chamados pólipos uterinos são lesões tumorais de pequenas dimensões, na grande maioria com características benignas, ou seja, não causam danos fatais). Desenvolvem-se no endométrio (porção interna da cavidade do útero) e têm baixo potencial de se tornarem malignos. As lesões podem apresentar sinais como cólicas e sangramento anormal, mas, muitas vezes, não desencadeiam nenhum sintoma.
“A maioria dos pólipos apresenta-se como único e aproximadamente 20% deles podem ser múltiplos”, aponta Marisa Patriarca, ginecologista, obstetra e professora de ginecologia do curso de pós-graduação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Grupos de risco
Embora não exista consenso em relação à causa dos pólipos uterinos, muitos profissionais da área acreditam que sua origem decorre de um possível desequilíbrio hormonal associado a fatores genéticos.
Além disso, alguns perfis de mulheres também podem desenvolver o problema mais facilmente. “São aquelas que tenham histórico de alterações hormonais, principalmente produção aumentada de estrogênios, assim como as obesas, com hipertensão arterial sistêmica ou que usem alguns medicamentos, como o tamoxifeno (utilizado no tratamento do câncer de mama)”, explica Fábio Cabar, ginecologista, obstetra e especialista em gestação de alto risco.
Diagnóstico e tratamento
Para detectar os pólipos, geralmente, o médico indica uma ultrassonografia transvaginal ou então a chamada histeroscopia diagnóstica, que é realizada ambulatorialmente (clínica ou consultório).
“Nesse exame, é colocada uma pequena câmera, que pode variar de 3,9 a 5 mm de diâmetro, dentro do útero e é feita uma visualização direta do canal e cavidade uterina”, esclarece Alessandro Scapinelli, ginecologista, membro da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).
Sobre o tratamento, Scapinelli explica que, antes da menopausa, pode-se adotar a conduta expectante, ou seja, apenas a observação do avanço do quadro, para aquelas com tumores únicos, menores que 15 mm e que não tenham fatores de risco para o desenvolvimento de pólipos malignos, como obesidade, anovulação crônica e relato do uso de tamoxifeno.
Para quem não tem sintomas e está na pós menopausa, a terapia também precisa ser individualizada de acordo com os fatores de risco já mencionados. “Caso opte-se pela observação, o acompanhamento anual com a ultrassonografia transvaginal é aconselhável”, acrescenta o ginecologista.
Para as pacientes que têm sintomas, ou seja, desconfortos constantes, a polipectomia (retirada dos pólipos) é recomendada, principalmente antes da menopausa, porque é nesse período que existe maior propensão dos pólipos se tornarem malignos.
“Por via vaginal, é colocada uma câmera dentro do útero. Ao aparelho, estão associados alguns instrumentos que possibilitam a retirada do pólipo junto à parede do endométrio”, explica Scapinelli.
Reincidência
Embora as chances sejam pequenas, os pólipos podem voltar, mesmo com a sua retirada. E por isso, é importante manter o acompanhamento ginecológico. Para evitar esse retorno, manter hábitos saudáveis, como dieta e prática rotineira de atividade física, é recomendado.
“Para evitar o reaparecimento do pólipo também é indicada a realização da histerectomia (retirada do útero). Essa conduta, por ser radical, deve ser reservada a pacientes que estejam na pré-menopausa e menopausa, ou seja, sem chances de se tornarem mães”, alerta Fábio Cabar.