Refluxo em bebês: saiba quando isso pode ser um problema
Nos primeiros seis meses de vida, é bastante comum o refluxo em bebês, mas o problema pode se agravar e é preciso ficar atento aos sintomas
Durante o primeiro ano de vida da criança, principalmente nos primeiros seis meses, é bastante comum o aparecimento do refluxo em bebês. Na maioria das vezes, o problema se dá devido a uma menor maturidade do esfíncter, que encontra-se mais frouxo.
O esfíncter que tem por função impedir o refluxo do conteúdo gástrico para o esôfago. “Com o passar do tempo, essa imaturidade vai melhorando e o esfíncter se torna mais forte, o que melhora os mecanismos antirrefluxo”, conta Vania Sonja Villela, gastroenterologista pediátrica do Hospital Assunção, em São Bernardo do Campo.
Dessa maneira, é possível dizer que a criança está livre do problema. Mas nem sempre o refluxo em bebês desaparece conforme a idade avança. Aí será preciso identificar as causas.
"O rfluxo pode ser causado também pela alimentação em excesso, ingestão de grande quantidade de ar durante a alimentação, não arrotar corretamente após a mamada e ser colocado na horizontal imediatamente após o aleitamento", alerta Arthur Fonseca, pediatra e diretor médico do Hospital Daniel Lipp, no Rio de Janeiro.
Saiba identificar o refluxo
O refluxo em bebês pode se manifestar por regurgitação, vômito, dor abdominal e recusa alimentar, que, como consequência, pode levar à desnutrição e esofagite em casos mais graves.
“Um refluxo com eliminação de pequena quantidade de leite pode ser considerado tolerável, mas a eliminação frequente e de grandes quantidades de leite deve ser comunicada ao médico”, aponta Fonseca.
Algumas vezes, o líquido refundido, com ou sem eliminação pela boca, pode ser aspirado para a traqueia e pulmão. Nestes casos, além dos sinais já citados, podem existir sintomas respiratórios semelhante a asma com falta de ar e chiado no peito.
Cuidados com a criança
Para evitar ao máximo o refluxo em bebês, o ideal é, após a mamada, fazer com que a criança arrote corretamente, não ficar na posição horizontal logo após se alimentar, impedir a ingestão de ar por intermédio de uma pega no seio e não alimentar em demasia o bebê.
Outras dicas interessantes são:
- colocar a criança deitada em 45 graus e de barriga para cima;
- uso de leites especiais que apresentam maior densidade e possam passar mais rapidamente pelo estômago em direção ao intestino;
- uso de medicamentos que ajudem a impulsionar o alimento mais rapidamente para baixo. “Tal cuidado, inclusive, é muito importante para se evitar que esta regurgitação leve à morte súbita durante o sono”, aponta Clay Brites, pediatra e neuropediatra do Instituto NeuroSaber, no Paraná.
Dessa forma, diminuem as chances de dar refluxo em bebês. E, claro, se o problema persistir, ou se junto com o refluxo tiver outros sinais, é importante comunicar ao pediatra para que ele faça uma avaliação mais criteriosa e indique o melhor tratamento.