O bebê chegou, como fica o sexo?
Os filhos mudam a rotina do casal e isso se reflete também na cama. Veja dicas de como lidar bem com a situação e resgatar a chama
Quase impossível não haver o questionamento sobre o porquê de tamanha mudança na vida sexual com a chegada do bebê. De fato, os filhos alteram a rotina do casal de qualquer forma e, portanto, não seria diferente em relação ao modo e frequência das relações sexuais.
"A exigência da sustentação financeira e dos cuidados daquele bebê tão frágil mexe com a preocupação de homens e mulheres. Para a mulher, isso agrava-se mais ainda, pois há pressão por horários da amamentação", ilustra o médico ginecologista e obstetra Marino Pravatto Júnior.
Como explica o especialista, o cansaço físico e mental, inerentes à chegada do bebê, dificultam a concentração na vida afetiva e o relaxamento indispensáveis a um bom desempenho sexual.
Falta de sexo transitória
Mas a boa notícia é que é possível resgatar o sexo entre o casal após a chegada dos filhos. Claro que tudo depende de como o casal já vivenciava o sexo antes dos filhos.
"A falta de sexo é transitória se o casal que acabou de ganhar um bebê tinha relações sexuais frequentes antes. Para um casal que se atrai, não tem grandes neuroses e já apresentavam um bom entendimento na cama, pode estar certo que é possível uma readaptação", incentiva a psicóloga e terapeuta de casais Helena Monteiro.
Portanto, respeitando-se o período de quarentena e da amamentação, o casal já deve começar a vislumbrar a vida dois com a nova realidade de filhos ao redor.
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Dicas para resgatar o sexo após a chegada do bebê
Veja algumas dicas para não deixar o sexo morrer depois da chegada do bebê:
- Privacidade. Parece uma besteira, mas como diz a psicóloga Isabela Rosa, nada justifica filhos dormirem com os pais. "Mesmo em famílias muito desprovidas de recursos, que dividem casa de um único cômodo, faz-se cortinas para dividir cômodos e o sexo é em silêncio. Mas a definição de espaço é fundamental para, desde os 6 meses do bebê, o casal ter o seu 'ninho de amor' preservado", afirma a especialista. Babás eletrônicas até com vídeos já existem, então, deve-se acostumar a deixar os filhos no quarto deles.
- Cuidadores. Quem tem família grande, com avós, tios e irmãos mais velhos não deve abrir mão das ajudas. Sempre bem-vinda, uma noite com a avó pode ser bom não só para o casal - que poderá fazer um programa a dois-, mas para o membro da família que fortalece os laços com a criança. Quem tem recursos, uma babá de confiança também ajuda. Então, não hesite em pedir ou aceitar a ajuda. Mas precisa ser alguém de confiança, para não correr o risco de ficar pensando na segurança do filho durante o programa a dois.
- Admirarem-se. Os dois membros do casal acabam de ganhar uma função para a qual não há preparação e que ambos não conheciam um no outro. Esse aprendizado juntos pode ser uma das chaves do sucesso do casamento, após a chegada dos filhos. "Em terapia de casal, costumo indicar a técnica de observação. Peço para um olhar para o outro nos momentos de cuidados com o bebê. Já vi muitos casais se reapaixonarem desta forma", conta Helena Monteiro.